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Compaixão, sensibilidade e alteridade são características femininas indispensáveis, diz Monja Coen

17/03/2015

O Dia Internacional da Mulher, lembrado em 8 de março de cada ano, ganhou um espaço diferente na Aberje em 2015. Foram debates, interações e outras atividades desenvolvidos durante todo o último dia 6 no Espaço Sumaré em São Paulo/SP. Tudo começou pela palestra “O Poder Feminino”, com Monja Coen.

Para ela, a data vem no esforço de inclusão na sociedade, defendendo os papéis possíveis da mulher na vida (ver dados históricos no final deste texto). E conclama para que “uma visão de grande angular” seja posta sobre os valores vigentes, diante da necessidade evidente de maior respeito pelo outro. “A família humana é uma só”, resume. Neste caminho, a consideração de características femininas é um bom trunfo: desenvolver e aplicar compaixão, sensibilidade e alteridade.

E falou sobre diferenças culturais na relação homem e mulher, como nas culturas japonesa e muçulmana, fazendo ver o longo trajeto que ainda existe para ser conquistado. Em seu entendimento, seria preciso maior cumplicidade entre as mulheres sobre sua própria importância no mundo. O período passado em mosteiro lhe legou a aceitação plena das pessoas como elas são, mas também a visão de como transformar o outro em direção da excelência, dentro de uma compreensão de que as pessoas são diferentes e precisam ser valorizadas nas suas peculiaridades. “Sempre lembrando que onde estou agora é o melhor lugar do mundo. Detratar seu trabalho, por exemplo, é inabilidade em tratar das adversidades sem resmungos internos que não trazem alteração de nada”, alerta. Monja Coen destacou que a sobrevivência da mulher na sociedade atual depende de sua capacidade de entender o contexto e sentir as verdades, sabendo controlar a própria mente e se manifestar no mundo com responsabilidade total sobre seu pensamento e sobre sua ação. “E isto não acontece pelo conflito, mas pelo amor”, indicou.

 

 

A psicóloga Ana Maria Zampieri, diretora da F&Z Assessoria e Desenvolvimento em Educação e Saúde, falou sobre “A Mulher em seus múltiplos papeis: alcances, limites e conflitos”. Ela ponderou sobre a herança sócio-cultural que toda mulher acaba agregando, mas sempre é possível ter escolhas pessoais. A vitimização do feminino leva a uma tendência a depender do outro para fazer as coisas. “É um papel de submissão muito perigoso. Todo papel traz seu conflito. Não podemos manter a cultura de que é o homem que satisfaz as necessidades ou desejos da mulher. É preciso recuperar a si mesmo primeiro”, ressalta.

“A importância da mulher moderna no mercado” foi o tema de Angélica Consiglio, sócia-diretora da  PLANIN, uma das principais empresas de comunicação empresarial do Brasil. Ela também defende que o mundo atual valoriza competências oferecidas pela mulher, como a autenticidade e a sinceridade, assim como a capacidade de escuta e de engajamento do outro em objetivos coletivos. Na comunicação especialmente, a criação nestes novos tempos envolve coragem, conversação e conteúdo. “Conte sua história, inspire outras pessoas, interaja com diversos públicos e ative networking”, sugeriu. Por outro lado, a palestrante constatou uma realidade no meio corporativo que não abre espaço para a mulher em posições de tomada de decisão. Se em 1970, pesquisas indicavam que a mulher ganhava 59 centavos para cada 1 dólar recebido pelo homem, em 2010 este valor passa somente para 77 centavos – e na América Latina as mulheres ganham 17% menos. Só 4% das diretorias das 500 Maiores da revista Fortune estão na mão de mulheres, e se pensar nos governos, apenas 17 presidências entre 195 países do mundo têm condução feminina. “Mas temos um novo mundo, que por ser digital e dinâmico, tem mais chance de sucesso para as mulheres. Só não podemos aceitar rótulos”, ponderou.

 

 

Durante todo o período, em paralelo às palestras desenvolvidas no auditório, a área de convivência da Aberje foi espaço para uma série de atividades extras: dicas de maquiagem para o cotidiano profissional com Alessandra Maloupas, oficina de pulseiras da campanha Poderosas do Brasil da C&A, degustação da Veri Assis e apresentação cultural com a harpista Cely Rodrigues, além de distribuição de brindes.

A iniciativa teve apoio do Grupo Boticário, C&A, Seepix, Avon, Johnson&Johnson, Mondeléz International, Seepix e Veri Assis Patisserie.

 

 

A DATA - A ideia de criar o Dia da Mulher surgiu nos primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas femininas por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto. Inspirada por esse espírito, a líder socialista alemã Clara Zetkin propôs à Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhague, 1910, a instituição da data. Posteriormente, em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram marcadas por manifestações de trabalhadoras russas por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. Os protestos foram brutalmente reprimidos, precipitando o início da Revolução de 1917.

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