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De museu a relatos orais, dinâmica de projetos de memória empresarial atrai público

10/03/2015

Do primeiro telefone, trazido ao Brasil pelo imperador D. Pedro II, em 1876, até os mais modernos smartphones de 2014, o Museu das Telecomunicações do Oi Futuro conta a história de mais de 140 anos de evolução das telecomunicações no País. Localizado em Belo Horizonte (MG) e também no Rio de Janeiro (RJ), o projeto foi concebido para ser um ambiente de alta tecnologia, fugindo assim da imagem de que museus só têm coisas velhas e empoeiradas. E sua história foi levada ao 1º Seminário Aberje de Comunicação Aplicada, realizado nos dias 25 e 26 de fevereiro de 2015 no Espaço Aberje Sumaré em São Paulo/SP, por Roberto Guimarães, Diretor de Cultura do espaço. Ele foi acompanhado de Thais Rodrigues, Analista de Relações Institucionais e Desenvolvimento Sustentável na Braskem, apresentando cases premiados na categoria de Responsabilidade Histórica e Memória Empresarial do Prêmio Aberje 2014.

Ao entrar no Oi Futuro, o visitante recebe um fone de ouvido e um dispositivo a laser (pick-up). O museu é repleto de telas, onde as pessoas apontam e podem ver e ouvir alguma história ou curiosidade sobre as atrações oferecidas, de acordo com seus interesses numa proposta de hipertexto. Há também aparelhos expostos que contam toda a trajetória e evolução do telefone ao longo do tempo. Uma das atrações é a “Vozes da História”, em que o visitante tem a experiência de ouvir gravações com as vozes de personalidades como Thomas Edison, Carl Jung e Freud. Outra atração é a História dos Celulares, movimentada por sensores, do tipo do console Kinnect. Três pilares compuseram a elaboração do museu: comunicação, convergência e interatividade.  A proposta do projeto é de preservar, valorizar e divulgar a história da comunicação humana a partir das telecomunicações, reforçando o vínculo com a Oi, além de construir novas formas de vivenciar museus e galerias de arte. Segundo pesquisa realizada com os visitantes, 98% das pessoas associam o museu à marca Oi. São 14 anos de atuação para criar, gerenciar ou apoiar projetos culturais com foco em cultura, memória, conectividade, linguagem e arte e tecnologia.

O acervo conta com mais de 93 mil itens, grande parte oriunda de doações espontâneas. São mais de 8 mil fotos, 1,1 mil listas telefônicas digitalizadas e 381 edições da revista Sino Azul, da antiga Companhia Telefônica Brasileira (CTB), bem como inúmeras capas de catálogos telefônicos publicados entre 1940 e 1981. A maior parte dos frequentadores (54%) está muito satisfeita com o local. As instalações dos centros foram bem avaliadas, assim como o atendimento. Mais de 65% dos frequentadores não têm qualquer tipo de reclamação. As atrações que mais chamam atenção são: Linha do Tempo, aparelhos antigos e Profetas do Futuro. O museu é uma das atrações permanentes dos centros culturais Oi Futuro no RJ e BH, com uma programação educativa contínua, com oficinas e visitas guiadas para o público adulto e infantil. Juntas, as duas unidades já foram visitadas por 350 mil pessoas, desde as suas inaugurações.

 

 

“Polo Petroquímico do Grande ABC - Histórias que se Cruzam” foi o projeto explicado por Thais. Décadas de história de grandes indústrias se misturam com a própria trajetória de vida das cidades que abrigam esses centros produtivos.  Para contar os 40 anos do Polo Petroquímico do Grande ABC, a Braskem decidiu fazer a narrativa por meio das memórias das pessoas que viveram e ainda vivem na região.  Foi assim que nasceu o projeto “Histórias que se Cruzam”, com a proposta de tonar as pessoas como protagonistas da própria trajetória do Polo Petroquímico do Grande ABC, localizado entre os municípios de Santo André e Mauá, na região metropolitana de São Paulo.

Um dos parceiros no projeto foi o Museu da Pessoa, que desenvolveu um espaço aberto e colaborativo tornando as histórias de vida das pessoas como fonte de conhecimento, compreensão e conexão entre os moradores. O projeto se deu em quatro etapas. Primeiro, foi feita uma pesquisa histórica, documental e iconográfica. Em seguida, o mapeamento dos depoentes e coleta das histórias de vida. Por fim, o processamento do material coletado. A Braskem selecionou 24 participantes e transformou seus depoimentos na história de vida da região, das pessoas e do próprio Polo Petroquímico. Assim, foi criada uma exposição com fotos, legendas, e depoimentos, perfazendo os 40 anos do Polo no ABC em formato de linha do tempo. A exposição também contou com um painel digital onde o visitante podia navegar em um tablet e aprender um pouco sobre a história das pessoas e da empresa. A mostra foi itinerante, passando pelas Prefeituras de Mauá e Santo André, Museu de Santo André, e em mais três escolas do entorno.

O projeto contemplou  ainda a produção e distribuição nas escolas de 1.000 unidades de um material paradidático baseado nos depoimentos colhidos e um treinamento para que os professores tirassem maior proveito do conteúdo. Para comunicar, a Braskem realizou uma pré-inauguração com presença dos depoentes, autoridades e imprensa.  A inauguração oficial ocorreu em 11 de setembro de 2013, durante a abertura do 12º Congresso de História do Grande ABC, no Teatro Municipal de Mauá. A Braskem também desenvolveu, em parceria com o jornal Diário do Grande ABC, um encarte explicativo do projeto com datas e locais pelos quais a exposição passaria. Foram 48 mil exemplares distribuídos junto com o jornal e nas residências do entorno do Polo. O trabalho de assessoria de imprensa registrou 26 inserções na grande mídia. O total investido pela companhia foi R$ 444 mil. “O mais relevante foi o reforço de relacionamento, por meio de um novo formato de diálogo”, finaliza ela.

 

IMPRENSA - Roberto Baraldi, Coordenador da Assessoria de Imprensa Institucional e Conteúdos da Fiat Chrysler Automobiles; e Fernando Pesciotta, Vice-Presidente da CDN na área de Análise e Pesquisa, dividiram o painel de Relacionamento com a Imprensa do seminário da Aberje. Para Pesciotta, o processo evolutivo faz parte da vida, mas nunca os negócios mudaram tanto em tão pouco tempo. Entre as mudanças, aponta as novas formas de manifestação, reivindicação e organização da sociedade, incentivadas pela tecnologia. Até 2016, 50% da população mundial vai estar na internet, sendo que hoje 30% dela já estão nas redes sociais. No Brasil, já são 110 milhões de internautas, 74% deles nas redes sociais. Outro indicador importante são os 276 milhões de celulares, fazendo com que 78 milhões de pessoas acessem perfis por dispositivos móveis.

A ponderação do executivo da CDN é que a alta exposição e a velocidade na disseminação de informações cria uma nova realidade que exige transparência, capacidade de diálogo e alto grau de colaboração. Limites entre público e privado praticamente deixam de existir, fazendo refletir sobre questões de transparência e ética. Por isso, é preciso tangibilizar valores e conceitos através de atitudes e disseminação de boas práticas. O desafio, diz Pesciotta, é criar e sustentar relacionamento com essa nova mídia mais sofisticada e multiplataforma, que requer didatismo e o entendimento de um ritmo de apuração muito mais veloz. Nas empresas, é preciso que a comunicação esteja no centro estratégico da tomada de decisão. Cabe aos comunicadores analisar, monitorar e aconselhar.

 

 

 

Um dos exemplos deste novo tipo de trabalho com a imprensa pode ser visto no case premiado “O Papa Francisco no Fiat Idea”, desenvolvido pela Fiat. Baraldi comenta que as montadoras mais tradicionais tiveram de sair da “zona de conforto” com a entrada de novos concorrentes no Brasil. Hoje, o mercado tem 25 marcas, que brigam a cada ação para chamar a atenção do consumidor. Atenta às tendências, a equipe de comunicação da montadora italiana decidiu aproveitar a vinda do Papa na Jornada Mundial da Juventude realizada na cidade do Rio de Janeiro para realizar uma ação de relacionamento com a imprensa. Integrando diversos valores da marca, como a tradição e a singularidade, características também encontradas na personalidade escolhida como “garoto propaganda” da empresa naquele momento, a campanha se tornou algo maior que a divulgação de um único produto.

A execução do projeto ajudou a companhia a reforçar toda sua “italianidade”, que está ligada ao bom gosto estético, à tradição nas artes e à preferência por produtos artesanais. O foco principal da estratégia era garantir inserções de qualidade, que representassem o posicionamento adotado pela organização. Com as metas traçadas, o primeiro desafio foi conseguir a adesão do Papa. Assim, houve um contato com o Vaticano e com a guarda pessoal do pontífice e, em seguida, foram disponibilizados todos os modelos da montadora para serem testados. Ao chegar ao Rio de Janeiro, a comitiva do Santo Padre fez uma pré-seleção de veículos e escolheu-se o Idea como o oficial.

É importante também considerar que a empresa passava a adotar uma comunicação não mais voltada a produtos, mas sim focada em marca e valores. Fica cada vez mais evidente o impacto na reputação deste tipo de abordagem. O televisionamento dos deslocamentos do papa acabou gerando visibilidade à empresa e ao modelo Idea. Foram 267 matérias impressas e 60 inserções na TV. Os dois carros utilizados tiveram destinos inusitados: um deles foi para o Museu da empresa; e o outro, doado para uma rifa da Arquidiocese do Rio, auxiliando nas dívidas contraídas pela Jornada da Juventude.

O Seminário de Comunicação Aplicada teve apoio do jornal Valor Econômico. Outros textos estão sendo publicados no portal da Aberje trazendo os principais insights de cada palestra. O próximo grande evento da Aberje já tem data marcada: nos dias 26 e 27 de março de 2015 acontece o 15º Mix de Comunicação Interna e Integrada em São Paulo/SP. Para informações, ligue para o telefone 11-3662-3990 – Ramal 881 ou escreva no e-mail erica@aberje.com.br com Érica Garcia.

 

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