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Trajetória do IIRC foi debatida em jornada na Aberje; relato integrado já é realidade

10/08/2014

Desde 2000, o relato de informações não financeiras, sociais e ambientais vem ganhando espaço e já se consolidou como uma prática, especialmente entre as grandes empresas. Essa necessária evolução na divulgação de desempenho das corporações passou a aliar a tradicional comunicação de resultados financeiros e a cultura de produção de relatórios de sustentabilidade. A Jornada Aberje de Desenvolvimento de Relatórios GRI, realizada no dia 7 de agosto de 2014 no Espaço Sumaré em São Paulo/SP, reuniu mais de 40 profissionais para ouvir e debater o tema “Muito além do Relato Integrado: o futuro da comunicação de resultados”. Como convidados especiais para trazer experiências, estiveram presentes pela Natura Jaqueline Nichi, coordenadora de Conteúdos Institucionais; Juliana Pasqualini, coordenadora de Sustentabilidade; e pelo Itaú Unibanco, Adriano Montico, gerente de Relações com Investidores; Fernando Fonseca, Consultor de Comunicação na Gerência de Reputação; Virgínia Gonçalves, analista sênior de Sustentabilidade; e Alex Silva, analista da Diretoria de Controle Financeiro.

O relato integrado é um processo fundado no pensamento sistêmico, que resulta em um relatório voltado à criação de valor ao longo do tempo. Trata-se de uma comunicação concisa sobre como estratégia, governança, desempenho e perspectivas de uma organização, no contexto de seu ambiente externo, leva à criação de valor no curto, médio e longo prazo. Tem como objetivos melhorar a qualidade da informação disponível para provedores de capital financeiro para permitir uma alocação mais eficiente e produtiva do capital e promover uma abordagem mais coesa e eficiente de relatórios corporativos que se baseia em diferentes vertentes de relatórios e comunica toda a gama de fatores que afetam significativamente a capacidade de uma organização para criar valor ao longo do tempo. Também busca melhorar a prestação de contas e gestão para a ampla base de capitais (financeiros, fabricado, intelectual, humano, social, relacional e natural) e promover a compreensão de suas interdependências.

 

 

Fonseca pontua que o International Integrated Reporting Council (IIRC) congrega empresas, organismos reguladores e de padronização, investidores, organizações não governamentais e consultorias de quase 30 países em torno do desafio de criar um modelo global, o Integrated Reporting . A organização foi responsável pela criação das primeiras diretrizes sobre o tema, que passaram por processo de consulta pública no primeiro semestre de 2013 e estão sendo aplicadas em 2014. A versão em língua portuguesa pode ser acessada a partir deste link. “É um processo que não vem para substituir nenhum órgão de normatização já existente. Aliás, ele conseguiu foi criar um protocolo de entendimento entre diferentes agentes, como o GRI”, acrescenta. Há profissionais brasileiros no IIRC: Nelson Carvalho (USP), Roberto Pedota (Natura), Marco Tobias da Silva (Previ) e Sandra Guerra (IBGC).                                                       

Há programas-piloto em processo com investidores, setor público e empresas, como BNDES, Itaú, AES Brasil, Petrobras, CCR, Votorantim Industrial e Natura, entre outras. Agora em setembro, elas seguem para o passo seguinte. A Comissão Brasileira de Acompanhamento do Relato Integrado tem mais de 250 representantes, com quatro grupos de trabalho em andamento (Gestão do Conhecimento, Comunicação, Empresas Pioneiras e Investidores), com encontros abertos a interessados. O consultor também abordou o Corporate Reporting Dialogue, iniciativa para engajar todos os stakeholders envolvidos na jornada de relato integrado numa agenda única de governança. A proposta é ter melhor alinhamento e carga reduzida nos relatórios corporativos. O CRD foi lançado oficialmente na conferência anual do International Corporate Governance Network, realizada em Amsterdã em 17 de junho de 2014.

 

CASO NATURA - Para falar sobre a gestão e a comunicação de resultados da Natura, Jaqueline e Juliana traçaram um apanhado histórico do processo interno no tema. Jaqueline comenta que é muito difícil pensar de forma integrada nos projetos de negócio, e por isso o relato é ainda um grande desafio. Como o mote da Natura é a construção de um mundo melhor, inspiração mantida desde o slogan “Bem estar bem”, as tomadas de decisão já são norteadas com essa perspectiva de complementaridade, o que facilita a conscientização sobre sustentabilidade. Juliana acrescenta que o desafio é fazer o que se fala, e se transparência é precisão nos números, também precisa haver autenticidade, como uma relação aberta e dialógica que exerce o discurso. Entre os marcos de atuação da empresa, estão a confecção do primeiro relatório no modelo GRI da América Latina (2001), a conquista da certificação ISO 14001 (2004), a implementação de Programa de Carbono Neutro (2007), a criação do Instituto Natura (2010) e a Linha Sou Consumo Consciente (2013), entre outros pontos. “Estamos numa jornada contínua, com reflexos profundos sobre como divulgar de maneira simplificada a geração de valor”, destaca Juliana.

Para Jaqueline, relatório único é resultado de uma forma mais integrada de relatar o que acontece se a sustentabilidade está mesmo dentro da estratégia da companhia. Ela aponta que, na Natura, o relatório é o principal instrumento de comunicação de performance da empresa, sendo anterior à própria abertura de capital. As palestrantes deixaram como dica os passos do comunicar, iniciando por definir e planejar, passando por monitor, educar e desenvolver e finalizando com comunicar – com prerrogativa de atualização constante, inclusive por isto a opção online tem sido prevalente. A 14ª edição do relatório na Natura tem formato mais acessível, com linguagem jornalística e entrevistas, foco no que é estratégico e com simplicidade, acréscimo de versão com linguagem audiovisual e internet como principal plataforma.

 

CASO ITAU - Fonseca retornou à experiência do Itaú Unibanco assinalando que “primeiro a comunicação precisa ser corporativa, no entendimento de contexto competitivo e de negócio, para depois fazer a comunicação em si”. É um ciclo que envolve a estratégia, a experiência direta ou indireta dos públicos e sua percepção obtida, e a geração decorrente de valor.

Para a edição de 2012, a proposta foi de uma nova governança para o Relatório Anual, com convite para outras áreas participarem do processo. Entraram então Relações com Investidores, Marketing e Finanças. A área de Relações com Investidores ofereceu seus sistemas de coleta de informações utilizado em outros relatórios do banco, como 20F e MD&A, entre outros. A utilização deste sistema e a assessoria de RI contribuíram para que o Itaú Unibanco tivesse um relato ainda mais fiel e próximo a outros relatórios publicados pelo banco. Já a área de Marketing trouxe sua expertise na produção do site do relatório, que há três anos não é mais impresso, deixando-o alinhado ao tom de voz do Itaú Unibanco. E a área de Finanças garantiu know-how para que o banco pudesse começar a fazer seus primeiros exercícios para o relato integrado. “Sem o engajamento de cada área de negócio, não é possível fazer. No Itaú, são 226 colaboradores internos e 59 gerências envolvidas”, conta Adriano. A governança do processo é mantida por uma ferramenta digital em que cada responsável por temas inputa as atualizações e os gestores fazem aprovações. O conteúdo fica mais fluido, aponta ele.

Virgínia ressalta que a visão é ser um banco líder em performance sustentável e satisfação dos clientes. E como tudo começa com cada colaborador, há uma busca pelo desenvolvimento das pessoas e um ambiente agradável, que seja transparente e baseado na meritocracia. Com colaboradores que se identificam com valores e com o papel do banco, ingressa-se no caminho para atender os clientes cada vez melhor. Clientes satisfeitos e que se relacionam com o banco ao longo de suas vidas geram resultado financeiro para os acionistas, completando o ciclo. Mas não basta gerar resultado financeiro e há um empenho por gerar valor compartilhado, realimentando a espiral de performance sustentável. Os três focos estratégicos que direcionam a gestão da sustentabilidade são educação financeira, riscos e oportunidades socioambientais e diálogo e transparência. Também são realizados encontros e pesquisas com públicos estratégicos para compreender suas demandas, além de permanente escuta da alta administração para entender as expectativas para o desempenho do banco. “A transparência é motivadora de um ciclo positivo, com cobranças e oportunidades que conseguem colocar em pauta muitos pontos relevantes”, exalta.

Os relatórios são uma parte de toda essa história. Uma retrospectiva cronológica das inovações neste campo foi feita, como a instituição de um áudio-relatório em 2009 para incluir pessoas com deficiência, a extinção da versão impressa em 2010 e a criação de uma alternativa de relatoria em papel com a revista Performance Sustentável, em linguagem mais arejada e com infográficos para conseguir atratividade e leitura. Aliás, em 2013 a revista foi distribuída em pen-card em vários idiomas. Hoje a estrutura de desenvolvimento do material conta com 100 pontos focais espalhados pela empresa e, entre as vantagens da postura colaborativa, ele fala em qualidade, velocidade e redução de risco. E isto envolve intensas negociações com pares internos, tudo para evitar dissociar discurso e prática.

Alex finalizou a apresentação relembrando seu trabalho de conclusão do curso de Ciências Contábeis. Ele fez um diagnóstico sobre todos os relatórios publicados pela empresa, buscando comparar com os frameworks solicitados pela relatoria integrada. E detalhou a atuação do Grupo de Trabalho no Itaú, em torno de benchmarkings, participação em eventos, alinhamento com a alta administração, desenvolvimento de metodologia, adequação de dados e relato efetivo no modelo do IIRC. A opção do banco foi apresentar relato por capital – humano, intelectual, financeiro, natural, manufaturado e social e de relacionamento. Os desafios transitam por tangibilizar conceitos, ser mais conciso, ágil e integrado, ter patrocínio das áreas envolvidas no reporte e atuar com perspectiva de troca de conhecimento.

Informações sobre as próximas edições podem ser obtidas pelo telefone 11-3662-3990 ramal 845 ou no e-mail priscila@aberje.com.br com Priscila Fiorelli. A Aberje promove a Jornada de Gestão da Informação no dia 11 de setembro de 2014.

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