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Brasil é mais que futebol; Copa é preservada, mas legado não

12/06/2014

O estudo "A Copa em Nova Perspectiva" analisou o impacto social, político e econômico da Copa do Mundo. Incluiu a avaliação das condições socioeconômicas das cidades-sede, a análise de milhares de inserções de conteúdos em jornais, portais e redes sociais, além da opinião de 373 questionários online enviados a jornalistas e empresários ligados a empresas patrocinadoras. O resultado revelou a percepção desses grupos sobre o evento e a imagem na mídia, especialmente a visão crítica sobre o legado.

O trabalho feito pela In Press foi apresentado por Marilia Stabile, sócia-diretora da unidade Análise & Perspectiva, e por Manoela Penna, sócia-diretora da unidade  Mídia Guide, no Aberje COMO! neste dia 10 de junho de 2014 no Espaço Aberje Sumaré em São Paulo/SP. É parte de um conjunto de análises periódicas de temas da agenda nacional que serão realizados pela nova empresa do Grupo, a In Press Análise& Perspectiva, lançada no final de abril. A ideia é combinar análise de fatos e versões, ou seja de dados e da leitura que públicos têm desses dados.

 

 

O resultado é alarmante em alguns pontos. Dos 16 veículos e 1.452 artigos analisados, a maioria traz reportagens negativas sobre o torneio. Em alguns casos, 96% de tudo o que é publicado é crítico à Copa do Mundo no país. De acordo com o levantamento, o índice de impacto é de 51,5%, o que coloca a Copa do Mundo como um produto em crise de imagem para a população brasileira. O Índice de Impacto é uma análise do poder de difusão das mídias e se o conteúdo é estratégico, nas dimensões cidadão, mídia, mercado financeiro e formadores de opinião. Ele foi associado aos resultados da pesquisa quantitativa e ainda a dados sócio-econômicos.

Um dos principais responsáveis por isso é, curiosamente, o porta-voz da Fifa, Jérôme Valcke. O secretário geral da entidade é quem mais dominou o noticiário oficial, com 25,3% das aparições. Só que 63% do que ele falou foi negativo. A segunda autoridade com mais presença na mídia foi Dilma Rousseff, presidente da República. Ela apareceu 11,4% das vezes, com 68% de discurso positivo.

Essa má impressão, porém, é muito mais ligada à gestão do evento do que à competição em si. O levantamento mostra que, quando o assunto é a competição, o noticiário é positivo. Nas mídias sociais, o índice é de 81,5%. Já na mídia tradicional, chega a 68,5%.  Nem a estratégia de comunicação adotada pela Fifa após todas as confusões antes e durante a Copa das Confederações, e nem as narrativas do Governo Federal, parecem acertadas. A entidade decidiu fazer com que o “Padrão Fifa'' não se tornasse o vilão do evento, mas um ícone da excelência dele e tentou descolar-se do Governo local. E a equipe gerida por Dilma quis vincular o campeonato com as obras de infra-estrutura. “O próprio Governo ancorou a percepção da Copa sobre questões de legado, e pelo incentivo deste discurso acaba potencializando o debate sobre qualidade dos serviços públicos e desfocando da questão do esporte e do jogo”, analisa Marília. A compreensão é que o clima de insatisfação foi acirrado com a inflação – neste raciocínio, os aumentos da alimentação foram os mais sentidos, porque chegaram a 70% em itens que não se pode trocar na cesta básica, e que a população não consegue adequar gastos por ser de baixa renda. Ela não hesita em afirmar: “o cenário da imagem e da reputação da Copa e da sua organização foi afetado pela comunicação mal feita, desarticulação e falha nos porta-vozes. A demanda reprimida passou a cobrar e focar no legado”.

Na análise da web, os analistas partiram de uma base superior a 760 mil posts com assuntos como evento Copa, legado, segurança e infra-estrutura. Os principais tópicos bem avaliados foram a procura por ingressos, hotelaria, turismo e o evento em si. Enquanto as tarifas, a qualidade dos serviços públicos e o orgulho nacional foram os pontos críticos. Já nas mídias sociais, o Facebook e o Youtube lideraram a repercussão negativa sobre a Copa. O nível de insatisfação dos cidadãos foi registrado em 86%.

A opinião de clientes e jornalistas convergem em muitos momentos. Por exemplo, para ambos a Copa representa ao mesmo tempo desperdício de dinheiro público e oportunidades de negócio. Cerca de 31% dos executivos e 51% dos jornalistas acreditam que o Mundial é um evento pensado e concebido para o público de televisão. Em relação às manifestações contrárias ao evento, os dois apoiam e consideram legítimas. Ambos também acham que a vitória do Brasil poderá reduzir as críticas em relação ao Governo.

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