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Para Dad Squarisi, narrativa culta é um poder que liberta

03/06/2014

Uma narrativa culta liberta seu autor para o poder das escolhas de linguagem. Ao contrário do que se pode imaginar, não se trata de trazer amarras gramaticais ou de repertório difícil para dar consistência a discursos, mas sim justamente ter consciência sobre as potencialidades da língua para conseguir adequar-se a diferentes interlocutores. Esse foi o ponto de base da apresentação de Dad Squarisi, editora de Opinião do Jornal Correio Braziliense e comentarista da TV Brasília, na reunião de maio do Grupo de Estudos de Novas Narrativas/GENN. A atividade aconteceu na tarde de 28 de maio de 2014 no Espaço Aberje Sumaré em São Paulo/SP, como exemplo da atuação profissional e científica da Aberje e das importantes relações institucionais estabelecidas com universidades.

O GENN existe há dois anos e é formado por pesquisadores de mais de 14 instituições diferentes, além de comunicadores de empresas, e oferece nove linhas de pesquisa. Articula seus encontros com debates internos e com convidados externos, sempre do ponto de vista das narrativas organizacionais. A coordenação é feita pelo diretor-presidente da Aberje e professor doutor e livre-docente da ECA/USP, Paulo Nassar, com vice-coordenação de João Carrascoza, escritor e professor da ECA/USP e da ESPM/SP.

 

 

Dad pontua que a palavra tinha uma hegemonia na sociedade. Mas hoje há diversos outros símbolos em circulação, buscando adequar-se às expectativas e estilos de vida e de conexão entre as pessoas. Entretanto, esta variedade tem afastado o uso da narrativa culta. As narrativas textuais demandam compatibilizações com perfis de públicos e contextos, para o que é necessário uma certa capacidade intelectual, então a preferência acaba recaindo por opções mais universais, como as imagens em suas diferentes expressões. Todavia, assinala a palestrante, as imagens também são sujeitas a interpretações sob impactos cultural e social.

Ela falou sobre os regionalismos, as conversas via chat, as licenças poéticas e a linguagem técnica, com suas distintas legibilidades ao longo do tempo. Em quaisquer dos casos, o sujeito emissor ou iniciador da conversa é sempre o responsável pelo acerto da comunicação, no sentido do entendimento efetivo da mensagem. Por isto, é preciso conquistar uma narrativa culta para poder transitar nessas esferas com maior garantia de compreensão. A jornalista destaca que o domínio da norma culta quase nunca é renegado nos canais oficiais de interação das organizações, não havendo muito espaço para manobras literárias. De todo modo, quem inova nos seus apelos acaba tendo mais sucesso na atração de atenção, o que não significa ter que ser reducionista no repertório e no estilo de fala. A “norma culta” prevê algumas características, como uma seleção lexical cuidadosa (com palavras mais aceitas e em circulação), estruturas sintáticas variadas (recursos de língua para organizar o pensamento), ausência de marcas de oralidade, tom mediano (sem afetação ou escracho), aceitabilidade pela elite culta, livre trânsito em diferentes grupos, contemporaneidade e influências das novas tecnologias. “As regras de ouro da redação são: menor é melhor; menos é mais; e variar para agradar”, arremata Dad.

A palestra ainda investiu na análise da narrativa culta sob influência do texto web, que são marcadamente alineares, não demarcados e instáveis, com cada leitor “criando” o seu texto a partir do interesse e da sua própria condução da leitura. As novas plataformas, na visão da editora, requisitam este novo tipo de texto. Um repertório mais amplo lega o poder de pensar melhor, tornar-se um sujeito-autor e um sujeito-leitor plenos, com acesso real ao conhecimento e poder de escolha. Ela entende que o Brasil democratizou o acesso à escola, mas não ao saber, dado que apenas 25% da população com mais de 15 anos têm domínio das habilidades de leitura e escrita e 75% são analfabetos funcionais. “Escrever realmente não é fácil. Precisa de muito treino e não ter preguiça, além de senso crítico. E a educação só pode se elevar com língua elevada”, finaliza.

O grupo tem apoio oficial da Aberje. Para informações sobre as próximas reuniões e a forma de ingresso, basta entrar em contato com Emiliana Pomarico Ribeiro pelo telefone 11-3662-3990 ramal 837 ou pelo e-mail emiliana@aberje.com.br .

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