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Riscos potenciais de controvérsias precisam ser monitorados; informação é um dos trunfos

23/05/2014

Adriana Brondani, Diretora executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB),  e Yara Braxter, Diretora de Comunicação Corporativa e Responsabilidade Social da Novartis, retomaram a programação do Seminário Aberje Comunicação & Controvérsias para falar sobre novas áreas de pesquisa e de negócios e as percepções públicas envolvidas. A falta de informação é um dos obstáculos para proliferação de mitos, inverdades e dúvidas, e combatê-la é recurso estratégico nas organizações em tempos de alta conexão e vigilância. O evento foi realizado no dia 22 de maio de 2014 no Espaço Sumaré em São Paulo/SP.

O Conselho de Informações sobre Biotecnologia é uma organização não-governamental e uma associação civil sem fins lucrativos e sem nenhuma conotação político-partidária ou ideológica. Seu objetivo básico é divulgar informações técnico-científicas sobre a Biotecnologia e seus benefícios, aumentando a familiaridade de todos os setores da sociedade com o tema. Adriana traçou um histórico da percepção sobre a biotecnologia agrícola desde 1998, com os primeiros investimentos privados, os questionamentos de ativistas e da imprensa, o primeiro produto vindo do Governo, através da Embrapa, e a aparição de pesquisadores acadêmicos fazendo uso de redes sociais digitais para emitir opiniões e resultados de estudos, saindo dos canais científicos tradicionais. O CIB foi um esforço conjunto de universidades, órgãos de pesquisa e empresas para disseminar informações corretas, em contraponto à desinformação ou contínua formação de mitos na sociedade. Tem como porta-vozes mais de 100 pesquisadores.

Ela comentou algumas das estratégias de comunicação lideradas pelo grupo, como publicação de folhetos dirigidos, encartes em jornais, patrocínio de livros, assessoria de imprensa e projetos educativos para escolas e produtores rurais. O Brasil é o segundo país com maior adoção de transgênicos, atrás dos EUA e à frente da Argentina, concentrado em três cultivos (soja, milho e algodão), e isto naturalmente produz uma atenção da mídia, que é constantemente monitorada. O fluxo de informação em redes digitais, com novas lideranças de opinião, está agora tomando o tempo de Adriana, no sentido de identificar os dados divulgados sem conhecimento de causa, que acabam alcançando grande público. Em geral, o CIB conquista credibilidade em suas narrativas por não falar sobre produtos, mas sim do segmento e das descobertas científicas, e com isto angaria também segurança jurídica para todo o trabalho.

 

Yara/Novartis, Adriana/CIB e Luiz Alberto/mediador na interação com a plateia sobre tema da biotecnologia

 

Yara ponderou sobre o senso de urgência como impactador da aceitação dos avanços em biotecnologia. Como representante do ramo farmacêutico, há situações de doença e potencial cura em que a pressão pública é menor, abrindo espaço para repasse de informações reais e confiáveis pela indústria. De toda maneira, são muitos interlocutores envolvidos em cada projeto, sobremaneira no tempo investido em pesquisas com pessoas predeterminadas por questões genéticas, e sempre acaba causando conflitos. Mas claro que os anos de investimento são atenuados em nome da busca por conhecimento completo dos efeitos de cada nova medicação ou substância e desejando garantir segurança da saúde da população.

A empresa que lidera esses esforços precisa manter junto uma rede de públicos de influência, com comunicações dirigidas e linguagem específicas. E todas as relações são potencialmente originadoras de conflitos, ainda mais quando as interlocuções acontecem livremente no ambiente digital, sem informações consolidadas ou sem compromisso com a vida dos envolvidos ou dos doentes. Em vários canais, a cautela é deixada de lado em nome da velocidade de transmitir informação ou querer dar opinião, e esta é uma prática que precisa ser revisada. “Defendo uma comunicação transdisciplinar, organizadora dos argumentos”, pontua.

 

MEIO AMBIENTE – George Costa e Silva, Gerente da área de Comunicação, Mídias Sociais e Responsabilidade Social da Toyota do Brasil; e Mário Batista, Diretor de Assuntos Corporativos da Pirelli, encerram as discussões do seminário tratando dos esforços em torno do meio ambiente nestas organizações. Paulo Rovai, executivo com experiência superior a 10 anos na Toyota, também participou do painel.

A Toyota tem como um dos seus principais pilares o respeito pelo meio ambiente e, assim, visa, na fabricação dos automóveis, contribuir com o desenvolvimento sustentável do planeta. A Política de Responsabilidade Social Corporativa da Toyota do Brasil está alinhada ao Guia de Princípios da Toyota Motor Corporation/TMC para padronizar as práticas sociais realizadas por todas as suas afiliadas. No Brasil, como forma de unificar seus esforços sociais, foi implantada a Fundação Toyota do Brasil para justamente promover a sustentabilidade, por meio de atividades de preservação ambiental e formação de cidadãos.

Rovai comentou que este tipo de posicionamento colabora com os vários riscos em andamento do negócio, como de manufatura, de gestão, de cadeia produtiva e ambiental. Como fabricante e através da rede de 144 concessionárias, a marca está exposta a diversos potenciais conflitos e então empreende projetos para coleta de resíduos e contra poluição de água, solo e ar, além de minimização de ruídos e vibrações, entre outros itens. São 10 milhões de veículos produzidos por ano em suas fábricas em 28 países, segundo dados de 2013, o que aliás a posiciona em primeiro lugar no mundo. Há um trabalho grande a ser feito, inclusive com seus 5400 colaboradores no país, sobremaneira para conciliar discurso e prática. Neste sentido, todos os pontos de venda possuem certificação ISO 14000, e há uma premiação interna para as melhores performances neste campo. A autenticidade, diz Rovai, é a grande moeda na conquista de confiança, obtida também pela consistência de narrativas. A causa do meio ambiente, lastreada pelas práticas, é uma maneira de firmar posicionamento, inspirar estratégias e manter a tradição histórica da organização.

 

Meio ambiente foi o foco das conversas com Batista/Pirelli, Luiz Brandão/mediador e Costa e Silva/Toyota

 

Costa e Silva comenta que a causa principal da montadora japonesa é a recuperação e preservação do mais devastado bioma brasileiro, a Mata Atlântica, mas há outras frentes como o apoio de 20 anos ao Projeto Arara Azul, atividade de preservação ambiental na região do Pantanal Mato-Grossense, e todos os projetos sociais implantados e suportados pela empresa nas comunidades onde opera – Indaiatuba/SP, Guaíba/RS e São Bernardo do Campo/SP. O projeto Toyota APA Costa dos Corais é outra iniciativa que visa a conservação e sustentabilidade da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, criada para preservar os recifes de corais, proteger as áreas de manguezais, preservar o habitat e os ecossistemas associados ao peixe-boi-marinho - mamífero aquático mais ameaçado do Brasil -, bem como toda flora e fauna da região.

Já Batista trouxe à tona as controvérsias em torno da lei de descarte dos pneus, que é responsabilidade dos fabricantes. A questão se torna problemática quando tal exigência não é feita para os importadores de pneus, que simplesmente deixam o processo para que outros façam. De 1999 até agora, a Pirelli investiu mais de R$ 550 milhões nesta logística reversa, diante de 536 milhões de pneus fabricados por ela. Ele mencionou o plano de comunicação integrada articulado para debater a causa sustentável entre seus públicos estratégicos, como a rede de comunicação interna (boletins, manuais, cartilhas e intranet), os relatórios e reuniões para o Governo, o apoio na gestão de instituições sociais e ainda ações de assessoria de imprensa e publicidade convencional. O Código de Ética é norteador da sustentabilidade na companhia, definindo com clareza a postura socialmente responsável. Ele ainda falou sobre o Relatório Mundial produzido no tema no formato GRI.

Os paineis de comunicação e saúde e comunicação e privacidade do Seminário Aberje Comunicação e Controvérsias já tiveram resumos publicados neste portal. Para ler, clique aqui.

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