Entrou no ar em agosto o "Portal da Juventude", uma rede coordenada pela "Cidade do Conhecimento", grupo de pesquisa da USP, com patrocínio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. A curadoria é do economista, sociólogo e jornalista Gilson Schwartz, professor do Departamento de Cinema, Rádio e TV da ECA-USP.
A missão do Portal é gerar oportunidades de emprego e renda por meio do engajamento da juventude nas periferias paulistanas em projetos de comunicação ligados a direitos humanos e cidadania. Serão três eixos de profissionalização: games e entretenimento, pós-jornalismo e iconomia.
Oficinas, palestras e cursos online começam em outubro. Na área de games e entretenimento, a parceria estratégica acontece com a rede internacional "Games for Change" e com o Laboratório de Jogos e Entretenimento Digital do Instituto de Matemática e Estatística da USP. A proposta é implementar uma "gamificação" de políticas públicas em parceria com empresas privadas, organizações do terceiro setor e ações de voluntariado e mecenato individual e coletivo.
"Pós-jornalismo" é o jornalismo depois do fim do jornalismo tal como ficou conhecido no século 20, pré-redes digitais. Hoje até o blog e a rede social parecem relíquias tecnológicas. Novas narrativas e suportes para a memória social, para a reconfiguração social e para a geração de valor serão discutidas e exercitadas por meio de seminários e reuniões de pauta abertas.
As atividades de formação e incubação de projetos serão a prioridade do eixo de formação em iconomia ou "economia sócio-criativa". Em parceria com a Agência de Inovação da USP e vários laboratórios de ponta em eletrônica, telecomunicações e entretenimento digital, o "Portal da Juventude" funcionará como uma incubadora, aceleradora e telementora de "start-ups" na economia dos ícones criativos com viés de responsabilidade social, ambiental e financeira.
"Nossa meta é formar pelo menos 3 mil jovens empreendedores moradores de áreas da periferia paulistana até dezembro nesses três eixos de profissionalização. A ação será acompanhada por pesquisas e chamadas públicas à participação de empresas e entidades de fora da USP para parcerias em inovação, empreendedorismo e geração de valor criativo e sustentável", explica Schwartz, Curador do "Portal da Juventude".
A primeira Chamada será publicada em outubro. Mais informações pelo www.portaldajuventude.prefeitura.sp.gov.br
A ideia é que o portal não seja apenas um espaço onde se vai buscar informação, mas uma rede que orienta e estimula a transformação da realidade que está sendo descrita através das notícias. Temáticas como ocupação da cidade, violência, drogas e sexualidade trazem, além da notícia em si, um canal de engajamento e profissionalização. Em parceria com a plataforma Atados, o Portal conecta ONGs e pessoas interessadas em realizar trabalhos voluntários.
As reportagens, assim, estarão associadas à possibilidade de atuar na questão, entrar em contato com entidades atuantes no setor e se engajar no assunto. “E a primeira grande pauta, obviamente, será a questão da redução da maioridade penal”, conta Schwartz. “O jovem que buscamos é esse consumidor de informação empoderado como ativista, seja organizado ou não, filiado ou não a partidos e igrejas, times de futebol ou preferências musicais, mas essencialmente um jovem que pretende se apoderar do direito a decidir conscientemente seus compromissos com a superação ética dos atuais bloqueios aos fluxos de direitos, possibilidades e oportunidades”, visualiza.
Foto: Cecília Bastos / Jornal da USP
O conteúdo do portal é produzido por colaboradores selecionados em uma chamada pública, incluindo voluntários, freelancers e mesmo empresas individuais e entidades organizadas do terceiro setor, do setor privado e entes públicos. A Escola de Notícias, por exemplo, associação sediada no Campo Limpo, zona sul de São Paulo, que atua na formação audiovisual de jovens, é uma das parceiras do Portal da Juventude. Em comum, os repórteres, pesquisadores e artistas participam da iniciativa apresentam a familiaridade com os desafios que atingem, principalmente, a população das periferias, formada por jovens pobres, negros e com baixa escolaridade. “Essa juventude quer se comunicar e nosso papel é ouvi-la. A ênfase, tanto na equipe como no público-alvo, é falar e ouvir a periferia, onde nascerão as start-ups mais criativas e sustentáveis nessa crise”, pontua Schwartz.
“Vamos promover reuniões abertas de pauta, concursos de conteúdo e de mobilização por causas urbanas, sempre com impacto direto em desafios no campo dos direitos humanos e da cidadania”, adianta o curador do portal. Estas reuniões de pauta, conta, acontecerão em diversos territórios pela cidade, como modo de levar o processo de produção e formação de empreendedores sócio-criativos para fora da USP. “Acredito que podemos ver mais de São Paulo na USP e mais da USP nas periferias de São Paulo se soubermos promover, através do Portal, essa conexão organizada e inteligente que muitos esperam no futuro das nossas redes sociais digitais”.
Equipe do Portal da Juventude
Foto: Cecília Bastos / Jornal da USP
O Cidade do Conhecimento foi contratado para a coordenação de conteúdo e inovação do Portal da Juventude por meio da Fundação de Apoio à USP (Fusp). Baseado na ECA, o grupo articula dentro da Universidade diversas parcerias para a produção do portal, como o núcleo Diversitas, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH),e o Núcleo de Política e Gestão Tecnológica (PGT) da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e da Escola Politécnica (Poli).
Segundo o coordenador do grupo de pesquisa, além do reconhecimento da Universidade como espaço para se delegar iniciativas deste tipo, o convite da Prefeitura deu ao projeto da "Cidade do Conhecimento" a oportunidade de ativar redes interdisciplinares dentro e fora da USP e colocar em prática, em grande escala, conhecimentos e experiências que o grupo já vinha acumulando em seus 14 anos de atividade, desde que surgiu no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, propondo projetos de emancipação digital e redes colaborativas.
Foi por meio do Cidade do Conhecimento que a Games for Change chegou à América Latina. A rede internacional é voltada à promoção dos games e do entretenimento digital como forma de promover o desenvolvimento social e econômico, e é também parceiro do Portal da Juventude. “O portal vai apoiar a criação de jogos e aplicativos capazes de induzir mudanças comportamentais, tomadas de consciência e mobilização ativista em torno das causas que a juventude paulistana entender como prioritárias. Ou seja, vamos gamificar o próprio portal além de estimular a gamificação de políticas públicas que envolvam o jovem paulistano”, explica Gilson Schwartz.
O endereço do Portal da Juventude é www.portaldajuventude.prefeitura.sp.gov.br. O aplicativo para Android já pode ser baixado neste link.
Foto: Marcos Santos / USP Imagens
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