Pelo quarto ano consecutivo, a Land Rover Brasil apoia o programa internacional de conservação ambiental da ONG Biosphere Expeditions, que, no País, pesquisa a ocorrência da onça-pintada e outros felinos. Em parceria com o Projeto Puma, a expedição adentra a floresta na região de Guaratuba, na Serra do Mar paranaense, para medir a integridade ambiental desse ecossistema por meio da ocorrência de espécies indicadoras como são as onças e as jaguatiricas, cujo habitat exige a mínima interferência humana.
“É uma parceria sólida esta que a Land Rover mantém globalmente com a Biosphere Expeditions. A iniciativa permite que qualquer interessado no assunto participe das atividades como voluntário nas pesquisas em campo”, informa Flávio Padovan, diretor-presidente da Jaguar Land Rover Brasil. Segundo o executivo, os veículos cedidos pela Land Rover para o grupo durante o tempo de pesquisa no local possibilita chegar a áreas remotas e de muito difícil acesso, que de outra maneira poderia impedir a ação.
O Projeto Puma existe no Brasil há mais de quatro anos em parceria com a Biosphere Expeditions, que atuam no chamado Corredor do Tigre ─ uma referência à necessidade de um corredor ecológico protegido, e ao nome empregado pelos primeiros colonizadores para a onça-pintada. Entretanto, outros animais como pacas, antas, gambás, tatus, cervos e várias espécies de aves também são estudados. Neste ano, as pesquisas acontecerão de 15 a 27 de Maio.
Marcelo Mazzolli é o cientista da expedição no Brasil. Ele é professor doutor em Ecologia e supervisor de pesquisas da Biosphere Expeditions em outras parte do mundo. Mazzolli é também diretor do Projeto Puma e coordenador do curso de Pós-Graduação de Desenvolvimento Sustentável e Manejo Ambiental da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), em Lages, SC, além de ser membro do Grupo de Especialistas em Felinos da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).
“No último ano, foi possível registrar vários animais, entre eles a jaguatirica e o puma. O último registro de onça-pintada que obtivemos foi em 2008, um indício de raridade. Esse tipo de registro científico nos permite avaliar a área de ocorrência dos felinos na região da Serra do Mar paranaense e das presas das quais dependem”, explica Mazzolli. O pesquisador avisa, entretanto, que apesar de os registros da onça-pintada serem esporádicos não significa que o habitat estudado não seja importante para sua conservação. “A Serra do Mar é o maior refúgio dessa espécie na Mata Atlântica, e mesmo assim poucos indivíduos ainda persistem. Nós trazemos essas informações em primeira mão, para que sejam tomadas medidas imediatas para reverter esta situação de declínio populacional”, relata.
Ainda assim, comparada com outras áreas próximas ao local de estudo, são encontradas várias espécies raras que atestam tratar-se de um dos melhores remanescentes da Serra do Mar no Paraná. De acordo com os cientistas esse é um dos poucos locais onde as antas são registradas facilmente, além de grupos de porcos-do-mato e da jacutinga, ave endêmica da Mata Atlântica que, como as outras espécies citadas, desapareceu de grandes extensões de sua distribuição original e encontra-se atualmente isolada em poucas áreas da floresta.
O projeto comunica seus resultados ao órgão ambiental estadual (Instituto Ambiental do Paraná, IAP) e federal (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ICMBIO), além de registrá-los em publicações científicas e congressos internacionais, auxiliando a subsidiar planos concretos de conservação. “Pudemos localizar pela primeira vez, por exemplo, conexões entre cadeias de montanhas próximas e o Parque Nacional Saint Hilaire/Lange, que merecem especial atenção de proteção para manter a continuidade do habitat da onça-pintada e de outras espécies que exigem grandes áreas para sobreviver. Sem estas conexões, a onça-pintada desaparece imediatamente”, relata o professor Mazzolli.
Para a Land Rover trata-se de uma vitória o fato de o grupo ter localizado pontos críticos para conservação de espécies tão raras, e trabalharem intensamente para protegê-las. “Ficamos muito satisfeitos com um retorno positivo como esse e com certeza nos anima a permanecer com a parceria”, conta Padovan.
O grupo de cientistas da Biosphere Expeditions, em parceria com a Land Rover, avança também com atividades anuais em lugares como Omã, Austrália, Açores, Namíbia, Honduras, entre outros.
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