Ao contrário do que foi divulgado na imprensa esta semana, a percepção em relação aos indicadores de endividamento da Petrobras melhorou nos últimos meses. A empresa avalia seu grau de alavancagem por meio do acompanhamento de dois índices: Dívida Líquida/Capitalização Líquida e Dívida Líquida/EBITDA. Ao término do 3º trimestre de 2010, os números relativos a estes indicadores mostram, primeiro, que a estrutura financeira da Companhia estava em patamar bastante saudável. Em segundo lugar, demonstram a elevada capacidade financeira da Petrobras.
A empresa fez a maior operação de capitalização da história em final de setembro (há apenas 3 meses), os preços dos títulos aumentaram em função de maior demanda e os spreads reduziram em relação ao ativo de referência no mercado (Título do Tesouro Americano).
Os dados relativos a preços e prêmios no mercado de renda fixa mostram que o risco de crédito da Companhia diminuiu. Associar, portanto, o risco da Petrobras a uma possível aquisição de um determinado ativo (no caso a participação da ENI na GALP) não faz sentido. Além disso, existem inúmeras variáveis influenciando esse spread de risco, fato que não deve ser creditado a um único evento, tanto interno como externo à Companhia.
Indicadores
A saúde financeira da Petrobras e a melhora da percepção dos agentes econômicos podem ser validadas pela evolução dos indicadores. O primeiro índice - Dívida Líquida/Capitalização Líquida - fechou setembro de 2010 em 16%, bem abaixo do “teto” da meta da Companhia, que é 35%. A forte redução ocorrida entre final de junho de 2010 (índice atingiu 34%) e setembro teve como principal variável explicativa a capitalização da Companhia, em que foram captados R$ 120,2 bilhões na maior operação do gênero no mercado financeiro global. Entre o 2º e o 3º trimestres, este indicador reduziu em 53%.
O segundo índice - Dívida Líquida/EBITDA - mensura a capacidade de a Petrobras pagar sua Dívida Líquida através da geração de caixa operacional. Em final de junho de 2010, a Dívida Líquida era 1,52 vezes maior que o EBITDA. No final do 3º trimestre, esta relação caiu para 0,94x, bem inferior ao teto de 2,5x. Ou seja, o EBITDA superou o valor da Dívida Líquida, mostrando efetiva capacidade de pagamento.
A comparação feita em reportagem da agência internacional Bloomberg se baseia nos valores dos CDS (“Credit Default Swaps”) da Petrobras e da PEMEX. Este instrumento financeiro é usual no mercado de renda fixa e pode ser usado tanto para a finalidade de hedging (proteção), como para objetivo especulativo. É um risco entre o vendedor e o comprador do CDS, sem a obrigação de assunção de riscos pelas Empresas.
Trata-se de um mercado significativamente volátil, em que preços podem variar 10% para cima ou para baixo em apenas um dia. Nos últimos 6 meses (contados de início de julho de 2010 a início de janeiro de 2011), o spread dos CDS Petrobras-PEMEX ficou, na média, em 22,5 pontos base. No último dia 7 de janeiro, ficou em 9,9, bem abaixo deste valor. Em 7 de julho, o preço do CDS da Petrobras era de 187, enquanto que em 7 de janeiro de 2011 foi de 148, o que mostra, de fato, melhora de percepção em relação aos títulos da Petrobras no mercado nos últimos meses.
Pelo histórico, nota-se que esse spread não pode ser creditado a um único evento. Inúmeras variáveis (endógenas e exógenas) influenciam esse spread, o que gera volatilidade das curvas de preços e rendimentos. Fato é que o diferencial do CDS melhorou em horizonte de médio prazo.
A melhor percepção de risco em relação à solvência da Petrobras também pode ser medida pelo spread entre os rendimentos (“yields”) dos títulos corporativos da Petrobras (“bonds”) e os rendimentos dos Títulos do Tesouro Americano para prazos semelhantes.
Em início de 2010, o Bond da Petrobras com vencimento em 2019 apresentava rendimento anual de 5,79% enquanto o US Treasury com vencimento no mesmo ano tinha retorno de 3,71%, sendo o spread de 2,08%. Em início de 2011, o Bond da Petrobras pagava rendimento de 4,91%, o US Treasury 2019, 2,95%, sendo o spread de 1,96%. Ou seja, houve apreciação tanto do valor do Título da Petrobras, como foi reduzido o “prêmio” em relação ao referencial de mercado.
Em relação à reportagem da Bloomberg, as demonstrações financeiras da Petrobras, em USGAAP, mostram que a dívida líquida era, no final do 3T10, de US$ 33.155 milhões. A diferença para os dados da Bloomberg (US$ 39.766 milhões) pode ser creditada à metodologia de cálculo. A principal variável explicativa é a não consideração, pela Bloomberg, da conta 'Títulos do Tesouro', por isso a dívida líquida calculada pela agência fica acima do valor da Petrobras. Apesar de estes títulos serem de longo prazo, eles podem ser convertidos em caixa a qualquer momento. Portanto, a Petrobras entende que o mais adequado é considerar esses títulos no cálculo do endividamento líquido.
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