O desenvolvimento de recursos humanos é questão tão estratégica para a competitividade que é preciso capacitar todos os gestores da empresa para essa tarefa e não deixá-la restrita ao departamento específico. Para isso, a empresa precisa contar com um sistema meritocrático e transparente de avaliação de competências e resultados, programas para o desenvolvimento dos funcionários, além da capacidade de fazer seus colaboradores se sentirem donos do negócio. Estas foram algumas das idéias centrais apresentadas nesta terça-feira no segundo encontro da série de cinco que serão promovidos até o fim do ano pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) para troca de experiências entre diretores de Recursos Humanos de grandes empresas.
Realizado no Espaço Canto das Águas, do restaurante Praça de São Lourenço, esse segundo Diálogos para o Futuro: como atrair, desenvolver e reter talentos contou com a participação de quase 30 gestores de RH especialmente convidados. O encontro teve como âncoras Sandro de Oliveira Bassili, diretor de relações sócio-ambientais da AmBev, Salete de Araújo, gerente de Recursos Humanos do jornal Folha de São Paulo e Ricardo Romeiro, gerente do IEL São Paulo e contou com a intermediação do jornalista Gilberto Dimenstein.
Bassili destacou a importância de se investir muito tempo em discussões abertas para a avaliação de pessoas e de construir uma cultura na qual todos os níveis de funcionários sejam capazes de assimilar críticas tanto de seus pares e superiores como de seus subalternos. "Na AmBev, quem merece ou não promoção nunca é decidido por uma pessoa só, mas por um coletivo depois de acaloradas discussões muito transparentes", afirmou, explicando que as pessoas são avaliadas não apenas pelo cumprimento das metas, mas, sobretudo, por sua aderência à cultura da empresa: "A Ambev é muito agressiva e competitiva na sua atuação no mercado, mas internamente estimula a colaboração: a remuneração extra por atingir as metas depende 50% do desempenho pessoal e 50% do desempenho de sua área. O líder valorizado e promovido é aquele que bate suas metas através do seu time de forma ética".
A importância de dar autonomia e envolver todos os níveis da empresa no desenvolvimento de pessoal foi outro aspecto destacado por Bassili. Segundo ele, cada gerente da empresa tem de ser também um gerente de RH, aprender a identificar e desenvolver os talentos específicos tanto dos 20% de líderes inovadores que costuma haver em toda equipe e que serão responsáveis pelos novos saltos da empresa, como daqueles 70% que são fundamentais para fazer a companhia funcionar de forma eficiente. "A AmBev é uma empresa feita de gente e de sonhos - daí o tema da nossa atual campanha publicitária. É um ambiente muito informal, não tem plano de carreira, mas estimula a autonomia, tem programas de capacitação e faz com que todos os níveis se envolvam no desenvolvimento do pessoal. A transparência desse processo estimula a meritocracia".
Na mesma direção, Salete destacou a importância de capacitar os gestores para que sejam capazes de conduzir o desenvolvimento de seus subordinados de todos os níveis por meio de ferramentas que os ajudem a fazer o Coathing, Mentoring e Counceling (treinamento para os principiantes, desenvolvimento daqueles com alguma experiência e aconselhamento para os profissionais de níveis mais avançados). Ela falou do Programa de Desenvolvimento de Gestores e Líderes (PDGL) que está sendo implantado na Folha de São Paulo com o objetivo de aprimorar essas habilidades nos gestores das áreas não jornalísticas.
"Trata-se capacitá-los para fazer avaliações periódicas não só dos resultados, mas das competências de cada funcionário, seus potenciais e gaps. A partir disso, traçarmos um plano de atividades para o desenvolvimento individual de cada um, que pode englobar tanto conhecimentos como habilidades e atitudes, conforme o caso", explicou, lembrando que como Business Partner de RH da American Power Conversion, ela elaborou esses planos para funcionários da empresa de toda a América Latina.
Ambos destacaram a importância de se promover a rotação de funções dentro da empresa: "A geração Y é inquieta e quer crescer rápido, é preciso oferecer-lhes permanentemente novos desafios e também mostrar que não basta a boa formação acadêmica, que para ser um bom gestor é essencial ter experiência prática em algumas funções subalternas que você vai chefiar", disse Salete. Bassili destacou ainda a importância de se ter os valores da empresa não só escritos como claramente praticados no dia a dia: "Essa nova geração não quer só o emprego pelo emprego, quer se identificar com os valores da empresa, por isso quem que não apresentar esses valores claros terá dificuldades crescentes para reter os melhores talentos".
Em meio à intensa participação dos presentes, os dois âncoras do debate destacaram ainda a importância de um bom programa de estágios e traineers. Duas vezes ao ano, o jornal Folha de S.Paulo admite recém-formados para um treinamento intensivo de dois meses em jornalismo, de onde saem boa parte de suas novas contratações. Já a AmBev oferece entre 40 e 50 vagas ao ano que são disputadas por mais de 70 mil inscritos. Bassili lembrou que ele mesmo e vários outros diretores da AmBev começaram na empresa como estagiários.
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