Gary Grates fala no poder de funcionários engajados e lança oitava turma do curso Aberje-Syracuse

As inscrições para a oitava turma do Curso Internacional de Comunicação Empresarial, dentro da parceria entre Aberje e Syracuse University, foram abertas em encontro no dia 16 de maio de 2013, na presença do consultor norte-americano Gary Grates no Instituto Aberje em São Paulo/SP Ele, que é considerado um dos maiores especialistas mundiais em comunicação interna, com mais de 25 anos de experiência em áreas como marketing, branding e comunicação estratégica, falou sobre o poder de funcionários engajados.

Focada em questões gerenciais e estratégicas, a iniciativa tem carga horária de 90 horas, distribuídas em cinco módulos – em três dias por mês em abril, maio, junho, agosto e setembro de 2014. Os alunos obtêm certificação em International Corporate Communications. Todo o detalhamento do curso é encontrado no endereço http://www.aberje.com.br/internacional .

James Heffernann, coordenador do curso internacional Aberje-Syracuse, fez as boas-vindas

Grates é professor do Curso Internacional de Comunicação Empresarial, promovido em conjunto pela Aberje e pela Newhouse School of Public Communications da Syracuse University de New York/Estados Unidos. Ele foi consultor de organizações como Caterpillar, Shell, Carrier, Novartis, Mellon Bank, Mobil, Zeneca, Visa International, Pharmacia, British Airways, BASF, Coca-Cola, Denny's/Serviços TW, McGraw-Hill, Kerr-Mc-Gee, Bovis, AMEC, SAPPI, ITT e Dell. Desenvolveu longa carreira na GM como vice-presidente de Comunicação Empresarial na América do Norte, responsável pela marca, produto, mídia, política de comunicação interna, financeira e pública, e diretor-executivo de Comunicação Interna mundial. Foi presidente e diretor global da Edelman Change, e atualmente é sócio do grupo WCG.

O cenário de muita competição, regulamentações, aumento dos custos e funcionários desengajados leva os empreendedores a repensar suas estratégias de gestão. Com isto, a escuta das equipes internas vem sendo um caminho importante a ser seguido. O que a força de trabalho está dizendo pode interferir decisivamente na produtividade e no sucesso empresarial. Para Grates, a clareza organizacional continua a ser o principal desafio para os líderes e trabalhadores, o que demonstra espaço para a comunicação. Mas não é a comunicação enfeitiçada pelos imperativos tecnológicos, já que, em sua visão, mídia social e digital são um complemento para a construção de relacionamento, e não seu substituto. De todo modo, reconhece que é preciso investir num formato multicanal dinâmico e disponível, onde a linguagem audiovisual vem ganhando preponderância para contar histórias.

Neste sentido, o consultor traçou um panorama entre o que era a comunicação e o que deve ser hoje, em relação ao público interno. Ele visualiza um tempo no passado com ações focadas na satisfação do empregado e em sua motivação, e postula na verdade uma estratégia de socialização mais profunda e mais ampla com pressupostos de diálogo permanente. Neste sentido, o fluxo de informação bidirecional não dá mais conta, sendo exigida uma plataforma permanentemente disponível, com múltiplos formatos. Para tanto, os funcionários não podem mais ser vistos como uma audiência homogênea, mas ele vê como inadiável processos de segmentação, escalonado por critérios como influência, engajamento e destreza social.

Para que funcionários sejam envolvidos, é fundamental que estejam cientes da visão da empresa, missão, valores e seu papel no cumprimento disto e que sejam emocionalmente ligados e comprometidos com o negócio. “Empresas altamente engajadas linkam emoções dos funcionários e ações coletivas com as necessidades dos negócios”, completa ele. E para isto, sugere estabelecer um sistema de comunicação orientado pelo engajamento, compreendendo a visão de mundo da força de trabalho e discernindo interesses e expectativas para poder adequar o conteúdo e alinhar plataformas.

Envolvimento dos funcionários deve ser prioridade da alta liderança para a comunicação dar certo, segundo Grates

Então, Grates deu dicas e exemplos de realidades empresariais que estão alcançando sucesso nesta perspectiva, como Cisco, Zappos, Dell, Starbucks, Zurich e IBM. Nas empresas mais bem-sucedidas, o envolvimento dos funcionários é uma prioridade da alta liderança e os funcionários estão autorizados a buscar e entender todos os bastidores e o raciocínio das decisões estratégicas. Segundo sua análise, funcionários envolvidos que trabalham como uma equipe em conjunto para um objetivo comum são mais colaborativos, com cada membro trazendo suas habilidades e perspectivas únicas. E acrescenta: “só assim soluções virão de um pensamento fresco e inovador, com gestão eficaz do tempo e maior confiança, e tudo isto é engajamento”.

Ele falou então em algumas macrotendências. Entre elas, a socialização da estratégia, que não é mais ditada de cima para baixo e seguida cegamente, mas sim como postulados fluidos e em evolução. Os valores devem ser experimentados, para então ser acreditados e reforçados. Outro ponto destacado foi o storytelling como definidor das marcas de dentro para fora. Em um mundo desordenado, as histórias são a maneira mais eficaz de transmitir a mensagem, sobremaneira numa realidade em que todos estão entediados com narrativas secas de fatos. Grates explica: “as pessoas querem contexto, e as histórias iluminam a vida e sua finalidade”. Ainda dentro das tendências, ele citou a prevalência da dimensão visual para auxiliar na compreensão dos conteúdos, com as pessoas cada vez mais confortáveis ​​vendo informações e opções apresentadas de uma forma muito mais fisicamente dimensional e multissensorial.