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Gestão cultural embasa negócios que geram valor para a sociedade e para as marcas

29/10/2013

Da comunicação interna às relações com a comunidade, passando pela comunicação institucional e pela ativação de marcas, a cultura ganha destaque nos modelos mentais das organizações, dialogando com os conhecimentos existentes e gerando novos saberes. E, além de agregar valor aos produtos e serviços e aumentar a competitividade, no contexto da Economia Criativa, o investimento corporativo em cultura age alicerçando as estruturas sociais e culturais de uma sociedade, fomentando a produção artística, criando empregos, estimulando um ecossistema de inovação e impulsionando novas visões e transformações nos ambientes. É um campo de atuação e crença que precisa entender melhor as idiossincrasias dos meios de comunicação difusores deste tipo de tema e também refletir sobre o impacto das plataformas digitais na produção, na disseminação, no consumo e no status das artes.

Este foi o panorama trazido por mais de 13 profissionais convidados pela Aberje para o III Seminário de Gestão Cultural. Com o tema “Negócios que geram valor”, foi realizado no dia 25 de outubro de 2013  em São Paulo/SP, reunindo cerca de 160 pessoas. Nara Almeida, Gerente de Publicações da Aberje e responsável pelos assuntos culturais da entidade, fez as boas-vindas ao lado de Barbara Cury, analista do setor de eventos. Ela sinalizou para um comunicador cada vez mais multidimensional, com formação mais sólida e um campo de visão amplo para interagir com transmutações profundas da sociedade. Foi exatamente para esta qualificação que o evento foi proposto em 2011 pelo Comitê de Gestão Cultural estruturado dentro da associação, reconhecendo as narrativas empresariais mais admiráveis e capazes de conduzir e expressar as transformações, articulando conhecimento e inteligência. “O seminário, em muitos pontos, é análogo à história de 46 anos da Aberje e ao seu modo de agir: analisar a realidade e os temas emergentes, buscar os principais indivíduos para construir um debate e mobilizar pessoas para compartilhá-los”, afirmou a gerente. O pronunciamento representou a curadoria da iniciativa: além de Nara, integrada pela gestora de Negócios Culturais do Banco Bonsucesso, Erica Morizono, e pelo diretor da B & A Newconcept Business, Bruno Assami.

 

 

Ana Luiza Landim, Chefe do Departamento de Políticas de Comunicação do BNDES, propôs um entendimento de cultura como processo estratégico de desenvolvimento. O tema está alocado na essência do negócio de financiamento. Através do Programa BNDES para o Desenvolvimento da Economia da Cultura (BNDES Procult), são financiados projetos de investimento e planos de negócios de empresas de todas as cadeias produtivas da economia da cultura, tais como audiovisual, editorial, música, jogos eletrônicos e artes visuais e performáticas. Neste 2013, conta com dotação de R$ 2 bilhões e tem vigência ampliada até 2017. O objetivo é desenvolver e fortalecer as cadeias produtivas da economia da cultura no País, promover a descentralização da oferta de bens e serviços culturais e ampliar o acesso à sua fruição e fomentar projetos de caráter estruturante que promovam o fortalecimento das cadeias produtivas da cultura. As escolhas são norteadas pela capacidade de produção e distribuição de conteúdo brasileiro, em todas as linguagens e plataformas e pelo aumento de competitividade deste conteúdo no país e no exterior. Veja mais aqui.

Além de investir em projetos e empreendimentos do setor cultural, o BNDES valoriza a cultura brasileira oferecendo uma programação de exposições e espetáculos gratuitos e abertos à população em sua sede, no Rio de Janeiro. O Espaço BNDES aproxima o público de manifestações artísticas que expressam a cultura nacional, com exposições realizadas na Galeria BNDES e com eventos como o já tradicional Quintas no BNDES, que, em 2009, completou 25 anos de existência. Ana Luiza também referiu sobre projetos de revitalização do patrimônio histórico, arquitetônico e arqueológico brasileiro - isto inclui, por exemplo, centros históricos, sítios arqueológicos, igrejas, fortes, museus, teatros, bibliotecas, arquivos e centros culturais. São priorizados projetos que abram oportunidades para o desenvolvimento local, dinamizando a área de entorno do patrimônio público, com benefícios efetivos à população. Sua palestra trouxe ainda exemplos de preservação e a segurança de acervos, contribuindo para a dinamização de museus, arquivos e bibliotecas.

SUSTENTABILIDADE – Na Endesa Brasil, a cultura está vinculada à compreensão de sustentabilidade, conta a especialista na área Débora Pinho. A proposta é apoiar o desenvolvimento de projetos de entidades para fomento à cultura, nas áreas de literatura, dança, música, patrimônio imaterial, entre outros. É o caso de ações como Contadores de Histórias, Feira Internacional de Teatro de Angra dos Reis, Coelce nos Bairros, Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás, Feira do Livro Infantil de Fortaleza, Banda de Caucaia e Feira do Livro de São Luiz Gonzaga.
Há especial atenção a ações autossustentáveis de geração de renda e valorização da cultura local,
obedecendo a demandas regionais, com atividades direcionadas especialmente às necessidades de capacitação, educação e cultura.

Débora centrou atenção no case “Cine Coelce”, onde oficinas trazem fundamentos básicos da animação para crianças, exercitando criatividade, concentração e importância do trabalho em equipe. São meninos e meninas, de 8 a 16 anos, que vivem em bairros pobres, convivendo lado a lado com a falta de oportunidades. A participação nas oficinas é, para muitos, uma janela que se abre para um futuro diferente. Ao final das oficinas, o aluno que mais se destaca em cada turma é selecionado para participar de um curso de um mês no Núcleo de Cinema de Animação (Nuca), onde pode aprofundar os conhecimentos e tem acesso a equipamentos e programas de computador utilizados em grandes estúdios de animação. Para frequentar as aulas, as crianças recebem transporte e alimentação gratuitos. O produto final desse curso - um curta-metragem - é exibido na abertura do Cine Ceará, Festival Ibero-americano de Cinema, um dos mais importantes do Brasil. Desde o início de suas atividades, em 2007, já ensinou a técnica do desenho transformado em arte a 1.000 crianças e adolescentes. Em 2012, de forma inovadora, a empresa decidiu levar a experiência para os filhos dos próprios funcionários. Saiba mais neste link.

Robinson Borges, editor do caderno Eu& Fim de Semana do jornal Valor Econômico, fez um contraponto sobre a postura dos profissionais, comunicadores ou não, que gerenciam ações culturais em nome de organizações. Para ele, há um atrelamento de cobertura cultural com a agenda das assessorias de comunicação, virando uma “cobertura de commodities” que perde a capacidade crítica e contributiva. E visualiza um jornalismo cultural muito mais voltado ao consumo da cultura do que à crítica e ao desenvolvimento intelectual. “A imprensa não pode ficar atrelada às ofertas de relações públicas, embora haja um espaço de compreensão. Mas seria nocivo se houvesse muita integração. É um antagonismo bom para os dois lados, são pontos-de-vista distintos e necessários”, ponderou. Todavia, não deixou de posicionar-se favoravelmente às leis de incentivo à cultura e à participação da iniciativa privada na área, mas isto não indica abertura total e contínua às pautas que os patrocinadores julguem relevantes. Em sua visão, quando o interesse é maior pela divulgação e fortalecimento da marca do que pela atividade cultural realizada e seus efeitos nos públicos mobilizados, há um descompasso e isto é levado em conta nas edições diárias e acaba causando um desagrado nesta relação.

A edição 2013 do Seminário Aberje de Gestão Cultural aconteceu com patrocínio da Bayer e da Petrobras 60 anos e apoio do Jornal Valor Econômico, da Expomus, do portal Patrocínio Brasil e da Edelman Significa, e ainda sob parceria do Doutores da Alegria.

 

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