O Projeto Albatroz, que conta com patrocínio da Petrobras, acaba de lançar livro e vídeo, intitulados “Albatroz, um projeto pela vida”. O material reúne, em imagens e relatos de pesquisadores, pescadores e parceiros, a história desta iniciativa, que, no fim do ano, completará 23 anos de atividades, realizadas com objetivo de reduzir a captura acidental de albatrozes e petréis, aves marinhas ameaçadas de extinção. Além disto, aborda a relação com os pescadores, que se revelaram parceiros fundamentais do projeto, ajudando a conciliar a pesca com a conservação das aves.
O livro, com 132 páginas, está disponível em livrarias de São Paulo, Santos e do Rio de Janeiro, e o vídeo, de 38 minutos, está disponível no canal do Youtube, através do link http://www.youtube.com/watch?v=ws_FpdvVOG8. Além de abordar as principais características do comportamento de albatrozes e petréis, o material apresenta os marcos da trajetória da organização, entre eles, a criação do Instituto Albatroz; a construção da relação com órgãos internacionais - como o Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis, do qual o Brasil passou a fazer parte em 2008; a parceria com a Petrobras; e o histórico do desenvolvimento de tecnologias para diminuir a captura das aves pelos barcos de pesca.
Parceria com pescadores
A fêmea albatroz só consegue pôr um ovo a cada um ou dois anos. Algumas das aves vêm da Nova Zelândia para a região sul e sudeste do país, e chegam a percorrer mais de mil quilômetros em busca de alimento, sendo um dos principais atrativos as iscas que são jogadas pelos pescadores em alto mar. Esta é a principal ameaça de extinção das espécies no país. Segundo a coordenadora do projeto e responsável pela publicação do material, Tatiana Neves, no início, estimativas mostravam que dez mil aves eram mortas todo ano, no Brasil. “Elas acabavam engolindo as iscas com anzol e, de modo acidental, eram fisgadas e arrastadas para o fundo do mar. Os pescadores não tinham como salvar as aves e também acabavam tendo prejuízo na pesca”, relata.
Para ajudar a reverter o quadro, o projeto identificou na parceria com os pescadores a principal solução para desenvolver medidas eficazes. Uma delas é a do toriline, equipamento que consiste em dois postes fixados na popa da embarcação e dos quais partem, presas em linhas de náilon, fitas coloridas que ajudam a afugentar as aves para longe dos anzóis. Apesar de já existir, o toriline utilizado no resto do mundo não era o ideal para os barcos brasileiros. “Foi então que um mestre de pesca desenvolveu outro modelo, de fitas mais curtas, que foi sendo adaptado ao longo dos anos e, hoje, seu uso em embarcações de pesca já virou lei nacional”, ressalta Tatiana. As iniciativas do Projeto Albatroz ainda contam com a parceria do Projeto Tamar, pois também ajudam a reduzir a captura acidental de tartarugas marinhas.
Os pesquisadores do Projeto Albatroz realizam as atividades nas cidades de Santos e Guarujá (SP), Itajaí e Navegantes (SC), Itaipava (ES) e Rio Grande (RS). O projeto é patrocinado pela Petrobras desde 2006, e nos últimos anos, além de ampliar as pesquisas, atendeu a 254 pescadores, além de cerca de cinco mil crianças e 235 professores de escolas públicas e privadas, com atividades de educação ambiental. Também conseguiu sensibilizar outras 20 mil pessoas sobre a importância da preservação destas aves.
Rede Biomar
Desde 2012, o Projeto Albatroz integra a Rede Biomar, composta também pelos projetos Tamar, Baleia Jubarte, Coral Vivo e Golfinho Rotador, resultado do Planejamento Estratégico Integrado de Conservação da Biodiversidade Marinha, criado em 2007 pela Petrobras, em parceria com Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Ministério do Meio Ambiente, e as instituições executoras dos projetos. O planejamento tem o propósito de consolidar as ações desenvolvidas e fortalecer os resultados dos projetos de conservação da biodiversidade marinha patrocinados pela Petrobras, sobretudo os voltados para espécies ameaçadas de extinção. Ele tem como linhas de atuação a ampliação do conhecimento científico sobre as espécies, a promoção da inclusão social das comunidades que vivem nas áreas de atuação dos projetos, programas de educação ambiental, fortalecimento de políticas públicas e atividades de comunicação sobre sustentabilidade, entre outras.
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