Continua em andamento no Museu da Imagem e do Som na capital paulista o II Seminário Aberje de Gestão Cultural. O painel “A cultura e a economia criativa: Desenvolvimento social, econômico e cultural” foi desenvolvido por Luiz Coradazzi, Diretor de Artes do British Council Brasil; Ana Maria Coelho, Gerente Regional do Sebrae-SP; Lídia Goldenstein, consultora da LGoldenstein; e Ana Carla Fonseca Reis, Diretora da Garimpo de Soluções. A mediação ficou com o professor da Aberje Bruno Assami.
Coradazzi falou no programa de Desenvolvimento de Museus feito pela British Council para capacitação e intercâmbio de profissionais do segmento, e também centrou sua fala na importância de estabelecer indicadores mensuráveis do desempenho da área. Para tanto, mostrou a composição do UK Arts Index, integrado por inputs e outputs financeiros e não-financeiros que determinam a performance do setor no país. Envolve percentagem para o fundo de cultura vindo das Loterias, acúmulo dos fundos de governos locais, quantidade de estudantes em cursos de artes e áreas criativas, percentagem da população em voluntariado nas artes, número de artistas em atuação, pesquisa de satisfação sobre qualidade da oferta cultural, empregabilidade do setor, receitas geradas por projetos e organizações culturais e contribuições de pessoas físicas, entre outros pontos. Ele detecta um decréscimo no volume de doações de cidadãos e nos investimentos privados por um lado, e aumento de voluntariado e do número de pessoas que buscam profissionalização nas artes. Na Inglaterra, há disponível até um indicador de ROI, que demonstra um retorno de 2,53 libras para cada 1 libra investida.
Ana Maria Coelho começou pela definição do que o Sebrae entende por economia criativa, indicando negócios baseados no capital intelectual, cultal e na criatividade geradores de valor econômico e intensivos em conhecimento. Há um termo de referência sobre o tema no site www.sebrae.com.br/economiacriativa. O desafio é fazer um mapeamento do universo brasileiro que contemple a natureza dinâmica e transversal do conceito e de sua evolução, trazendo potencial de desenvolvimento, necessidades, políticas públicas, localização e potencial de exploração. Os segmentos priorizados pela entidade são arquitetura, artesanato, artes visuais, audiovisual, design, digital (games, aplicativos e startups), editoração, moda, música e radiodifusão. Há eixos de atuação setorial, transversal (gerando inovação, diferenciais e estímulo à competitividade) e territorial (valoração da iconografia, costumes e tradição). Ela comenta que os núcleos setoriais criativos empregam 638 mil trabalhadores, representando 1% da força de trabalho formal, correspondendo a 3% do PIB. “Os empreendedores criativos são peça-chave da economia, pois impulsionam também o desenvolvimento cultural das comunidades, construindo pontes entre vários elos da cadeia produtiva”, finalizou.
Luiz Coradazzi (British Council), Ana Maria Coelho (Sebrae), Bruno Assami (Aberje), Lidia Goldenstein (LG Consultoria) e Ana Carla Fonseca (Garimpo de Soluções) compuseram o painel
A consultora Lidia Goldenstein abordou a grande transformação da sociedade, a partir da revolução tecnológica que acelerou e aprofundou a globalização, trazendo velocidade de conexão e de dependência de processos internacionais. Ela aponta uma mudança na geografia produtiva, saindo dos Estados Unidos e Europa para ser preponderante na Ásia, com novas estruturas de produtividade que precisam ser absorvidas pelas empresas. Neste sentido, emerge um paradigma produtivo centrado nos ativos intangíveis, basicamente em conhecimento produzido e circulante, o que reconfigura o tipo de profissional e até mesmo de consumidor, que tem um novo olhar e capacidade intelectual e crítica. Este paradigma dá evidência à educação e à criatividade, o que impacta na estrutura curricular das universidades. Ela analisa que “precisamos de um ser humano diferente, para quem muitas portas vão sendo abertas. Aí sim acontece inclusão social e distribuição de renda mais favoráveis”. De todo modo, não vê uma estratégia de país centrada na economia criativa ainda.
“A empresa não é uma ilha rodeada de um mar de pessoas” – esta foi a frase inicial de Ana Carla Fonseca para falar justamente da importância das relações comunitárias e das atitudes de responsabilidade social corporativa, ganhando ai proeminência os investimentos em cultura. Como profissional e estudiosa do mundo do marketing cultural, ela assinala vantagens como estabelecer uma comunicação direta com o público-alvo; atrair, manter e treinar funcionários; relacionar-se com a comunidade; reforçar ou ajustar a imagem; manter ou incrementar o conhecimento de marca; e sinergizar o mix de comunicação. E visualiza diferentes estágios de atuação das empresas, nem todos tendo um link realmente estratégico entre o patrocínio e o negócio. Há empresas ainda na fase da filantropia, outras no campo do investimento social, algumas no sentido do marketing cultural e outras pensando na estratégia de negócios. Ana Carla então citou algumas experiências alternativas de negócio, como o site de produção cultural colaborativa Queremos.com.br, a rede de lojas de venda colaborativa Endossa e espaços específicos regionais brasileiros na rede varejista Tok&Stok ou nas unidades dos supermercados Pão de Açúcar, assim como os novos nichos de distribuição como catálogo de livros de venda porta-a-porta desenvolvidos por Avon e Hermes.
Na parte da tarde, a partir das 14h45min, tem a palestra magna “Investimento Corporativo em Cultura: o incentivo, a gestão, o resultado e os desafios”, com o Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, Henilton Menezes. Veja toda a programação pelo www.aberje.com.br/gestaocultural .
O II Seminário Aberje de Gestão Cultural tem patrocínio máster da Petrobras, patrocínio do Banco do Brasil e apoio da Casa Fiat de Cultura, da Edelman Significa, da Expomus, do Instituto Votorantim, do Museu da Imagem e do Som e do Governo do Estado de São Paulo. Estão sendo publicadas matérias com um resumo das discussões dos painéis e palestras durante todo o dia.
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