Depois de expor em Paris, Berlim e Nova York, a artista plástica e arquiteta paulistana Taisa Nasser apresenta a mostra A Aparência e os Vestígios do Enigma no Espaço Cultural Citi, a partir de 13 de fevereiro. São 20 telas abstratas com dimensões variadas, em que a artista utiliza diversas técnicas e texturas, tendo como traço marcante os contrastes cromáticos. Com curadoria do crítico de arte Jacob Klintowitz, a exposição poderá ser vista até o dia 13 de abril.
O curador ressalta que esse trabalho propõe “um acentuado vir a ser, uma discussão sobre caminhos, uma proposta de novo entendimento da arte, a expressão como mensagem psíquica, a forma como desejo de transcendência”.
O Espaço Cultural Citi é a galeria pública visitada mensalmente por cerca de 50 mil pessoas que trafegam pela Avenida Paulista e região. O espaço mantém desde
O Espaço Cultural Citi (Av. Paulista, 1111, térreo, fone 11.4009.3000) fica aberto para visitação de segunda a sexta-feira, das 9 às 19 horas; aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 17 horas. Acesso a pessoas com necessidades especiais pela Alameda Santos,
Mais informações sobre o CitiBrasil em www.citi.com.br / flickr.com/CitiBrasil / facebook.com/CitiBrasil
Enigma – Os contrastes cromáticos e a força espiritual são traços marcantes nas obras expostas. Jacob Klintowitz considera que esse trabalho de Taisa Nasser coloca em pauta uma discussão “sobre caminhos, uma proposta de novo entendimento da arte, a expressão como mensagem psíquica, a forma como desejo de transcendência”.
Para o curador, a pintura da artista tem origem no movimento abstrato informal e expressionista. “No Brasil, este movimento teve uma forte conotação filosófica e, em boa parte, esteve próximo da meditação e da investigação de estados sutis da mente”. Klintowitz acrescenta que “a artista com o seu trabalho não só parte desta tradição, como acrescenta a ela um vivência estética fundada no contato direto com o Self e em harmonia com estados de elevação espiritual. É este dado explícito espiritual que a artista acrescenta à tradição”.
Europa e EUA – Apesar de viver no Brasil, Taisa Nasser recebeu convites para expor sua fase atual de trabalho na Europa e nos Estados Unidos. Em Paris, uma de suas telas recebeu o prêmio Toile d’Or de l’an 2011, na exposição do Salon Des Indépendants - Grand Palais, Paris, concedido pela Federation Nationale de
Na visão do curador, esse percurso por três dos mais importantes pólos culturais urbanos do mundo, com boa receptividade, demonstra que o “seu vigor expressionista foi entendido como uma contribuição de vitalidade, um seguimento natural da tradição expressionista brasileira. Agora, em 2012, pela primeira vez, este trabalho é mostrado no Brasil, como um encerramento deste itinerário e uma proposta de diálogo com o público e a arte brasileira.”
A aparência e os vestígios do enigma, por Jacob Klintowitz
Esta é uma pintura feita de matéria. É a primeira e verdadeira personagem da pintura e é o que constitui o seu universo de sugestões tácteis e visuais. E a matéria é também o seu conceito essencial: uma arte saturada de realidade.
Impregnada de pigmento e textura, esta pintura nos faz perguntar, a cada momento, qual o seu significado, o que está aquém e além destas cores, que ocupam inteiramente o horizonte e a nossa percepção. O pigmento saiu do plano para a tridimensionalidade e a textura é uma condensação corpuscular, erupção de um universo subjacente que adquiriu independência e se tornou protagonista na nova dimensão.
A ação vertiginosa da artista Taisa Nasser, a rapidez e a certeza de execução, a coerência formal do seu trabalho, impuseram a sua pintura à consideração do circuito artístico.
Há uma constante na pintura de Taisa Nasser que ajuda a explicar o interesse que a sua obra desperta. Tanto na fase anterior, lírica, sensível e de harmonias cromáticas, quanto na atual, fortemente matérica e de contrastes cromáticos, há um acentuado vir a ser, a expressão se coloca como mensagem psíquica e a forma como desejo de transcendência.
Certamente esta arte que acredita e confia em seu próprio ser tem um forte atrativo num mundo marcado pela massificação da informação e a ênfase no medo. De muitas maneiras, uma expressão tão franca como a pintura de Taisa Nasser, afirmativa e propositiva, e que simplesmente se coloca como uma alternativa de diálogo, é estimulante. O seu caráter espiritual é compatível com uma tendência mundial que procura o significado profundo da existência em oposição à crença na gratuidade da vida.
A pintura de Taisa Nasser tem origem no movimento abstrato informal e expressionista. No Brasil, este movimento teve uma forte conotação filosófica e anímica e, em boa parte, esteve imbricado na meditação e na investigação de estados sutis da mente. A artista, com o seu atual trabalho, não só parte desta tradição, como acrescenta a ela uma vivência estética fundada no contato direto com o Self e na harmonia com estados de elevação espiritual.
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