Abertura da Jornada Brasileña de Comunicación Corporativa incentiva relações entre Chile e Brasil

A cerimônia de abertura da 1ra  Jornada Brasileña de Comunicación Corporativa Chile – Brasil reuniu as entidades organizadoras e apoiadoras do evento neste dia 9 de agosto de 2012 no Grand Hyatt Santiago. O encontro teve início às 9h e contou com quatro painéis de empresas brasileiras.

Atuação estratégica do relações públicas no campo da responsabilidade social foi destacada por Contreras

Marcos Veragua Contreras, presidente de Colegio Profesional de Relacionadores Públicos de Chile, começou a cerimônia de abertura falando que a profissão de Relações Públicas foi introduzida em seu país na década de 40. Em 1983, nascia o Colegio Profesional para cuidar da qualidade dos profissionais e acadêmicos da área e representá-los em questões nacionais. A entidade buscou incentivar programas de aperfeiçoamento e capacitação e articular programas de integração com o mundo acadêmico, empresarial e diplomático, além de manter relacionamento com os poderes executivo e legislativo. Aliás, Contreras relembra a participação no processo histórico da transição da democracia do país, estabelecendo o 26 de maio como o Dia Nacional do RP. Integrantes do Colegio também são os fundadores da Associação Latino-americana de RP/ALARP.

Ele revela que todas as empresas do Chile possuem profissionais de RP, com aplicação da comunicação estratégica e uma forte preocupação com a responsabilidade social – conceito que tem crescido em consciência e aplicação para ideias como proximidade, encontro, diálogo, unidade, confraternização, solidariedade e harmonia. Há uma evolução sobre as comunidades e as próprias empresas compreenderem mais o papel social da iniciativa privada. “Ainda temos muito trabalho para fazer e isso deve ser resultado da gestão das Relações Públicas. As Relações Públicas nos levam a fazer deste um mundo melhor”, completa.

Nassar aponta o papel do comunicador como gestor das narrativas; ele distribuiu a revista internacional BR.PR

Paulo Nassar, diretor-geral da Aberje e professor doutor na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, deu sequência aos pronunciamentos. Ele ressaltou a singularidade do momento que o Brasil vive, alcançando o topo da economia e, com isso, elevando também o papel do comunicador, que precisa aprimorar uma visão global e uma capacidade de interpretação e sensibilização multicultural. Fundada em 1967, a Aberje é uma sociedade civil e sem fins lucrativos que tem por objetivo discutir e promover numa perspectiva local e global, a Comunicação Empresarial e Organizacional como função administrativa, política, cultural e simbólica de gestão estratégica das organizações e de fortalecimento da cidadania. Como Think Tank da comunicação empresarial brasileira, Nassar explica que tem como missão a articulação da Comunicação das organizações por meio de iniciativas em Educação, Gestão do Conhecimento, Reconhecimento, Relacionamento, Economia Criativa, Inteligência Comunicacional e Advocacy, produzindo e compartilhando saber, disseminando as melhores práticas e fortalecendo o papel estratégico do comunicador.

O discurso de Nassar ainda destacou a importância do lugar de fala, ainda mais em temas que têm vínculos com outros setores internos. Ele assinala que a perspectiva do comunicador é sempre da narrativa, da organização da informação e das escolhas de conteúdo. Sem este posicionamento, há uma confusão com os pares. Neste caminho, o comunicador deve definir uma metanarrativa, que pode ser expressada pela declaração de missão, visão e valores como balizador, mas também por todos os pontos de interface. A gestão da comunicação envolve esta escolha consciente, um fio condutor que deve ser facilmente reconhecível. É a comunicação como conformadora da cultura organizacional, que se fortalece a partir das narrativas. Aí entram também as micronarrativas, de mensagens do cotidiano.

Irarrázabal: "a empresa não é só geradora de utilidades econômicas, o mundo é cada vez mais relacional"

Juan Irarrázabal, presidente da Cámara Chileno-Brasileña, fez o encerramento da cerimônia inicial. Para ele, o evento é uma grande oportunidade para trocar experiências e aplicar a teoria na prática, destacando e reciclando talentos dos profissionais. Relata que o comércio entre Brasil e Chile em termos de exportação e importação tem crescido de forma impressionante nos últimos anos. Em 2003, atingiu US$ 3 bilhões, mas hoje somam US$ 10 bilhões. Em seu entendimento, as empresas brasileiras no Chile estão contribuindo para este crescimento, mas acredita que há ainda muitas oportunidades para o Chile no Brasil. Ainda que se declarando não perito em relações públicas, Irarrázabal analisa que a sociedade das informações e comunicações traz um panorama onde a comunicação não é mais um aspecto só da empresa, mas torna-se essencial nas relações entre diversos públicos. E acresce, afirmando que “a boa comunicação é parte essencial das relações que necessitamos. A empresa não é só geradora de utilidades econômicas, o mundo é cada vez mais relacional. Por isto, todos deveriam ser relações públicas, trabalhando com significado, ética e sentido, numa concepção mais estratégica”.

Foram mais de 150 comunicadores chilenos presentes. O seminário teve continuidade com palestras de Eraldo Carneiro, Gerente de Comunicação Internacional de Petrobras; Carmen Vergara, Coordenadora de Comunicação e Marketing da Petrobras Chile; Paulo Henrique Soares, Gerente de Comunicação Corporativa da Vale; Rejane Braz, Gerente de Comunicação e Relações Institucionais do Itaú-Unibanco e Fernando Del Mar, Gerente de Comunicação e Marketing Internacional. Suas apresentações serão comentadas em matérias neste portal.

Mais de 150 comunicadores chilenos na jornada sobre a comunicação brasileira