“Estamos movendo rapidamente para o futuro, mas ainda somos uma sociedade tradicional”. Foi assim que o professor-doutor da Universidade de São Paulo, Gilson Schwartz, definiu as contradições nas quais o Brasil está emaranhado, em sua palestra “Brazilian Iconomy: Inflation, Development and Memories of the Future”, encerrando o 3rd Brazilian Corporate Communications Day London neste dia 21 de novembro de 2014.
Schwartz baseou sua fala no desafio de apresentar aos comunicadores internacionais uma abordagem equilibrada e de longo prazo sobre a realidade brasileira. Para construir uma visão icônica de sua fala, utilizou-se de gráficos e simulação de diversas e referendadas fontes. As análises do IPCA e do GDP do País são, segundo o professor, naturalmente osciláveis e influenciados pelo cenário internacional. Apresentando dados do BNDES e dos bancos brasileiros, sua robustez e massivos investimentos, ele desconstrói o mito de crise profunda, impulsionado pela degeneração da imagem econômica do país. Os crescentes financiamentos e investimentos em moradia são também indicadores de progresso brasileiro, explica. “Não é apenas um equilíbrio de paisagem, mas entre regiões. É a construção de um país mais estável”.
A construção de uma “nova classe média”, com investimentos que criam uma nova mentalidade, uma nova ideologia de classe média é indicada por investimentos de centenas de milhares de euros em comunidades como Paraisópolis (São Paulo) e Complexo do Alemão (Rio de Janeiro) e devolve aos indivíduos sua posição de cidadãos na sociedade.
Uma população jovem e cada vez mais conectada, com 50% dos usuários de internet entre tendo entre 15 e 34 anos, revela o Brasil como segundo maior mercado para downloads em iOs e Google Play, por exemplo. De volta às contradições, 97% da classe A têm acesso à internet, enquanto apenas 4% dentre as classes D e E. Schwartz reafirmou que “os maiores desafios e ameaças não são macroeconômicos, são sociais, urbanos e de infraestrutura” e os investimentos públicos desempenham um importante papel. Ainda segundo o professor, a nova classe média representa uma nova ideologia empreendedora e a infraestrutura digital somada a infraestrutura urbana gerarão um boom digital no País.
O fechamento da iniciativa aconteceu com um debate entre os palestrantes da segunda parte da programação. O evento em Londres foi realizado sob o patrocínio master da Petrobras e patrocínio do Itaú, da Vale e da Bayer. A Accor foi um apoiador oficial, tendo ainda suporte institucional da Global Alliance for Public Relations & Communication Management, do UK Trade & Investment, da revista Época Negócios e do Jornal Valor Econômico.
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