Conhecer dinâmicas políticas e antever ciclos é vantagem competitiva em Relações Governamentais

Diferentemente de México, Argentina e Colômbia, o Estado brasileiro tem uma forte capacidade econômica, sendo um importante player econômico, capaz de alterar as dinâmicas do mercado em que opera, explica Ricardo Mendes, sócio-diretor da Porspectiva, em sua palestra  “Policy and Public Affairs Perspectives in Brazil” no 3º Brazilian Corporate Communications Day Londres. A explicação foi um dos fios que ilustram a complexidade do ambiente brasileiro, em termos de políticas e relações governamentais.  A representatividade do BNDES em 21% da oferta de crédito no país reforça a ideia.

O alto nível de burocracia e os diversos papéis assumidos pelo Estado no Brasil - a mão visível, segundo Mendes - foram levantadas em níveis como competidor, investidor,  taxador, cliente e regulador. Conhecer os papeis e comportamentos múltiplos e, por vezes concomitantes do Estado, é essencial na economia brasileira e também para calibrar os debates sobre os rumos de investimentos.

Segundo Mendes, as políticas setoriais e as regulações não se dão de forma linear no país. Em seu processo de evolução, cada ciclo dialoga com o anterior em ciclos que tendem a ser longos, priorizando a maturação do tema. Antecipar esses ciclos deve ser o foco do comunicador que se dedica às relações governamentais. O sistema político brasileiro, segundo o executivo, demanda coalisões com diversas bases e o robusto estado brasileiro amplifica o impacto das políticas públicas e o Estado tem diversas formas de interferir no mercado, concluiu.

O projeto é realizado sob o patrocínio master da Petrobras e patrocínio do Itaú, da Vale e da Bayer. A Accor é um apoiador oficial, tendo ainda suporte institucional da Global Alliance for Public Relations & Communication Management, do UK Trade & Investment, da revista Época Negócios e do Jornal Valor Econômico.