O melhor papel da vida é o seu
“Medo é uma palavra que não está no meu dicionário, filho!”. Essa frase fácil dos heróis do cinema, desde os filmes clássicos de Bang-Bang até os de aventura que fazem explodir as telas, merece uma atenção especial. Há pessoas que consideram o medo fundamental para que o ser humano tenha freios com relação a suas ações irresponsáveis, perigosas. Ele seria a cura desse mal, consideram. O medo da prisão, da dor, da morte. A punição de forma geral. Essa linha de pensamento, entretanto, está muito distante de criar homens íntegros. Ela apenas reprime a irresponsabilidade e reforça a covardia.
Você, em sã consciência, colocaria sua mão sobre uma chapa de ferro visivelmente incandescente? Tenho certeza que não. E o motivo é o simples fato de saber que isso lhe causará uma tremenda queimadura. Não é medo, é consciência. É justamente ela a responsável principal pelo crescimento de homens moralmente saudáveis. Ao contrário do medo, que paralisa, ou que consegue fazer com que você finja ser o que ainda não é, a consciência move o ser humano no sentido da evolução, da busca pelo melhor para si, para todos, para tudo ao seu redor.
“Meu herói, como ele é forte e corajoso”, suspira a linda mocinha em outra película. Que mulher nunca sonhou em estar na posição dela? E que homem não gostaria de estar no lugar daquele galã? Nesse ponto, a arte imita a vida. Admiramos atos de coragem, que, diga-se de passagem, nada têm a ver com irresponsabilidade. Coragem tem objetivos nobres. Irresponsabilidade, na maioria das vezes, não tem objetivos, ou, se tiver, certamente não merecem ser citados. Radicalmente o oposto.
Os adeptos da covardia são capazes de passar a vida inteira como figurantes de seu próprio filme, deixando que outras pessoas se revezem no foco central da história. Algumas vezes não se importam em ser taxados de omissos. Outras dão a esse comportamento a aparência de desprendimento, altruísmo ou atitudes nobres similares, para tentar encobrir sua fraqueza. Não que ter momentos de fraqueza seja crime. A falha está em não assumi-la quando escorregamos, em nos apoiarmos nela e ali permanecermos confortavelmente. Como nas aventuras dos grandes espiões, o vilão tem mil faces e treinar nossa capacidade de reconhecer cada uma delas é crucial para um desfecho feliz de nossa missão. E isso é absolutamente possível.
A retomada de seu espaço começa com o desenvolvimento do senso de responsabilidade e da coragem. Esses devem ser alguns dos seus principais atributos no episódio que marca a virada da história de sua vida. Você deve estar ciente de que fugindo das possibilidades de enfrentar conseqüências, às vezes dolorosas, de seus desacertos, também se privará de sentir o incomparável sabor de conquistar aquilo que outrora lhe parecia absolutamente fora de suas possibilidades. Algo, até então, considerado inatingível, mesmo por você.
Muitos querem ser astros aclamados pelo público, mas bem poucos têm coragem de pegar o chamado papel principal, por achar que o sucesso da fita tem como foco seu próprio desempenho. Isso é realmente muito desgastante. Mas só para aqueles que encaram a responsabilidade como um peso. Para as grandes estrelas essa é uma ótima oportunidade para mostrar que estão prontas para os desafios, para as transformações, para o que for necessário. Não por um dia, um ano, ou por muitos anos apenas, mas, como disse Bertold Brecht, por toda a vida. Esses homens são os imprescindíveis.
Cuide-se para não permitir que fatos irrelevantes se transformem em argumentos estruturais de sua vida e roteirizem seus passos em sentido oposto ao que você deseja. Aprenda a colher experiências boas de todos eles, e coloque-as em primeiro plano. Dispense o resto. Corte as cenas menos relevantes.
Lembre-se que, caso seus joelhos tremam, é direito seu abrir mão de seu papel. Porém, a história de nossas vidas é como o show business, não pode parar. Ela continuará a ser encenada, mesmo sem nossa ativa participação. A escolha é sua: sentar na platéia e comer pipoca, ou correr riscos e brilhar no centro dessa estimulante trama. Bom espetáculo!
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