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Delphis Fonseca
cursos@delphis.com.br

Radialista - Apresentador de TV e Rádio - Jornalista - Ator.

Profissional de comunicação desde 1984, tendo atuado em inúmeras emissoras de rádio e TV em São Paulo. Criador e Docente do 1º curso profissionalizante do Brasil na área de Apresentação em TV, no SENAC São Paulo. Ministrou mais de 10 mil horas/aula. Criou o programa AutoFoco, voltado para a otimização da comunicação pessoal com base no desenvolvimento humano e equilíbrio interior.

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Como Evitar Incêndios

              Publicado em 26/04/2010

Imagino que você já tenha passado por situações delicadas devido a falhas de comunicação. Mas, não se preocupe. Isso não acontece só com você. De pequenos duelos a grandes guerras, os problemas de comunicação têm sido causa de muito sofrimento para a raça humana. E o resultado disso provoca, desde queimaduras leves, até as de terceiro grau. Mas, quais os motivos de tanta confusão? Certamente, cada uma das partes em conflito poderia produzir uma lista imensa deles identificando-se como inocente vítima da crueldade de seu opositor.

“Eu suportei muita coisa, mas isso eu não engulo”, “Se o jogo é esse, então, me aguarde!”. Frases como essas são sempre ouvidas em situações de conflito. Talvez, você já tenha usado. Mas, mesmo sem saber do que poderia se tratar uma situação desse tipo, tente imaginar sua origem apenas analisando as frases citadas, com muita atenção. Onde lhe parece que está o conflito?

Na verdade, o interlocutor responsável por frases dessa natureza já se encontrava em um conflito em fase avançada, antes mesmo deste último. Uma considerável dose de insatisfação, somatizando uma série de situações anteriores, já o rondava. Ele estava em conflito com ele próprio. Essa foi a origem. O segundo foi apenas a expressão do primeiro, que precisava se manifestar de alguma forma, e encontrou uma “excelente oportunidade” para isso. Uma situação onde haveria um suposto álibi para si mesmo: “Foi ele quem provocou, não eu!”. Mas, de fato, quando alguém se justifica com frases assim, sabe, lá no fundo, que está tentando se enganar. E que esforço vão! Ele pode até conseguir ludibriar alguns desavisados, mas jamais enganará sua própria consciência. Lá estão registrados os seus verdadeiros princípios. E eles dizem, para quem quiser ouvi-los, que a melhor forma de vencer uma discussão é dissipá-la com equilíbrio e sabedoria. Alimentá-la com mais discórdia, apenas pelo fato de não se considerar o “causador” daquele episódio, só lhe atribuirá uma boa parcela de responsabilidade pelo que resultar daquilo.

Imagine isso: Um vizinho seu ateia fogo no mato de um terreno baldio, do outro lado da sua rua. Você acha aquilo um tremendo absurdo, mas ao invés de tentar apagá-lo, ou avisar o corpo de bombeiros, aproveita para se livrar de um amontoado de folhas secas que estavam espalhadas no seu jardim. Então, o fogo se alastra e causa um grande estrago na vizinhança. Você tem ou não tem sua parcela de responsabilidade sobre o acontecido?

Assim é também nas relações humanas. Devemos nos empenhar em extinguir “incêndios” ou, melhor ainda, devemos desenvolver nossos sentidos de forma a evitar as possibilidades de seu princípio, pois, num deslize emocional, lá estará ele deixando um imenso rastro de devastação.

Mas, como tudo na vida é um aprendizado, se o incêndio acontecer, só restará arcar com as conseqüências e reconstruir uma nova relação a partir dali, quando possível. O fundamental, é que essa reconstrução tenha início no ponto que todos evitam: o reconhecimento das próprias responsabilidades. Ocorrendo essa iluminação interior, o fogo, então, terá servido como um cauterizador de hábitos mentais destrutivos, tornando-o um ser humano mais consciente e, certamente, mais competente em sua função.

Sem esse reconhecimento você pode até conseguir se refazer dos incêndios, mas eles serão presença constante, episódios cíclicos em sua vida. Você continuará a ser cúmplice deles. O incendiário de sua própria consciência.


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