Amiga Câmera
Todos somos comunicadores em essência. Nas cavernas, através de desenhos rudimentares, o homem já demonstrava o desejo de se comunicar com seus semelhantes. Milhões de anos depois foram criadas as câmeras que hoje se democratizaram e invadiram lares e empresas por todo o mundo possibilitando a comunicação com eficácia e praticamente sem limites. Mais do que uma possibilidade, elas se tornaram uma necessidade do mundo moderno, seja para pessoas ou empresas, onde a comunicação se mostra cada vez mais como é, aliás, como sempre foi: o ponto originário do sucesso de todas as ações no planeta.
Desde que surgiram as primeiras câmeras de vídeo, pouquíssimas pessoas se aprimoraram na arte de utilizá-las. Quem fez isso virou apresentador de televisão, ator ou se tornou um profissional bem sucedido de outras áreas, pois soube multiplicar seus talentos aproveitando as oportunidades que os veículos de comunicação de massa propiciam para divulgar suas idéias. Contudo, a maioria, até hoje, quando se vê em uma situação de confronto com um desses maravilhosos equipamentos, prefere usar a expressão “tenho medo de câmera!”, ou simplesmente “não gosto delas” – o que significa “tenho medo de câmera, mas não tenho coragem de assumir”. Com isso, recuam diante da oportunidade de lidar com essa situação, ou avançam com hesitação. O resultado é que todo o conhecimento que poderiam dividir com muitas pessoas simultaneamente fica transfigurado, abafado, ou até mesmo calado. Tudo por um limite que é imposto por ninguém mais, além delas mesmas.
É sempre bom lembrar que o que nos torna vencedores e nos traz a verdadeira felicidade interior - também nos âmbitos pessoal e profissional - é a superação de nossas limitações temporárias, imaginárias. Portanto, não faça como o avestruz que enterra sua cabeça como se aquilo fosse livrá-lo de uma situação difícil, ou eliminá-la de seu caminho. Se a oportunidade de se comunicar para centenas, milhares ou até milhões de pessoas, surgiu no seu caminho, desperdiçá-la, seguramente, não fará bem para você. Nem para sua empresa. Resolva essa questão de uma vez por todas.
É importante reforçarmos: uma câmera é um objeto inanimado, portanto, não tem a capacidade de lhe atingir de forma alguma. A única agressão que pode ocorrer – e essa é frequente e grave – é a psicológica, que você mesmo pode provocar. Uma espécie de autoflagelo. Câmeras não podem criticar, condenar, ameaçar ou inibir você. Se tiver alguns desses sentimentos diante delas, é preciso saber que é você quem está deixando que essa situação se estabeleça. Essa projeção negativa que é produzida ocorre porque você fica preocupado com o que as pessoas que lhe assistem poderiam dizer. E as hipóteses que cria com relação a isso, comumente, são as mais trágicas possíveis, dignas de alguém que quisesse sabotar seu sucesso. Não é incrível que elas sejam originadas por você mesmo?
Fato é que, se você der espaço a pensamentos dessa natureza, eles conduzirão suas emoções a uma região bastante perigosa, e seu comportamento corresponderá á tudo isso. Seu público, então, será conduzido exatamente até esse “lugar” sombrio. A reprovação e a crítica passarão a existir, conforme você acreditou, bem antes deles. Você comprou essa idéia de si mesmo e a tornou real.
Tudo no mundo surge a partir de uma idéia e quanto maior for a energia que se aplicar nela, tão logo ela passará a existir. Nessa situação isso não é diferente.
Mude essa história já. Quando estiver diante de câmeras aja com a certeza de ter uma boa mensagem a oferecer. Com isso aquelas pessoas que o assistem só podem estar admirando sua presença, aproveitando seus conhecimentos, vibrando por aquela oportunidade de aprendizado, torcendo por você. Porque agir de forma contrária? Seja o maior aliado de si mesmo, em benefício de seu público também, pois, de outra forma sua apresentação não será boa e ele pouco proveito tirará dela. Essa é uma decisão, no mínimo, inteligente. Isso lhe transmitirá uma força indescritível e tornará seu comportamento seguro e impactante à medida que for solidificando esse entendimento. Seus pensamentos fluirão com naturalidade, tornando suas idéias cristalinas. Agindo assim você faz com que o “fantasma” deixe de existir, simplesmente porque para de alimentá-lo. Essa atitude mental lhe proporcionará credibilidade, o elemento pessoal mais importante para quem se comunica com outras pessoas.
Esqueça a câmera. Lembre-se: você não fala para câmeras, isso seria um desperdício ou até mesmo insanidade. Você fala para seres humanos, para gente. Visualize uma pessoa à sua frente, apenas uma é o suficiente. Projete quem quiser ali, alguém que deseja ver você crescer, prosperar. Alguém que aprecia seu trabalho e sua forma de pensar, uma pessoa verdadeiramente amiga. Olhe firme bem no centro da lente, como se estivesse olhando para os olhos dessa pessoa. Esse exercício deve ser repetido ao menos 1 vez todos os dias e pode ser feito com ou sem câmera, bastando realizar essa projeção para onde for e caprichar na clareza, na fluência e no desejo real de transmitir aquilo que sabe.
Quando você estiver falando como fala para um amigo, com o mesmo carinho, respeito e desprendimento. Quando for capaz de emanar verdadeiro interesse em vê-lo crescer através de sua mensagem, então, você estará cativando de fato sua audiência. Receberá em troca a atenção pura, e se transformará no único ponto de interesse de seu público naquele momento, como deve ser.
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