Resiliência: uma necessidade ante a sustentabilidade e a comunicação nas organizações
Tem sido bastante recorrente se falar em resiliência. Mas, conceitualmente e efetivamente tem sido aplicado na sua essência nas relações, sejam elas individuais ou corporativas?
O que de fato se tem retratado amiúde acerca do uso desta terminologia e que seja correspondente ao que o mundo corporativo tem efetivamente aplicado? As organizações têm valorizado esta condição em suas relações com os seus diversos públicos de interesse e de relacionamento (stakeholders)? (Não deixemos de lado o público interno, fiel escudeiro dos processos das organizações, mas muitas vezes esquecidos, principalmente em momentos de crise).
O fato é que resiliência está diretamente relacionada a tal propalada sustentabilidade. E, quando se retrata sustentabilidade, um termo tão em voga e tão buscado, não se trata somente nas ações corporativas, institucionais, mercadológicas, de negócio. Mas, na condição individual de cada um. Estas ações individuais irão refletir diretamente, dentro de um contexto coletivo e no decorrer do tempo, nas ações estruturais, institucionais, corporativas, enfim. Pois, as ações individuais refletem diretamente no contexto do coletivo. E, não poderia ser diferente. Pois, infere diretamente na cultura organizacional, no público interno e nas diversas relações com os seus diversos públicos, e até na sua vida pessoal. Isto é, um processo de transformação contínua.
Mas, além disso, outra percepção nas relações vem ficando à reboque e estão relacionadas a outra palavra que vem faltando no uso das relações diretas e indiretas, corporativa e institucional, empresarial e de negócios, da sociedade e das suas idiossincrasias, sejam elas mundanas, urbanas e políticas: empatia.
Empatia é uma palavra cuja origem advém do termo grego empatheia, que estritamente à língua, expressa paixão. A empatia, por extensão de significado e aplicada ao dia a dia de nossa convivência social, pressupõe uma comunicação mais afetiva, mais rápida, de troca, de sincronicidade com alguém ou em alguma situação que envolva outro alguém. E, é um dos pressupostos de identificação e de compreensão também da existência do outro, das outras pessoas, do indivíduo. E, o nosso dia a dia hoje, por conta da relação direta, do resultado objetivo (e que pode ser), tem isto como premissa, antes de tudo. Porém, carece desta relação intrínseca nas relações. Não uma relação qualquer, mas no que tange às relações humanas. Isto afeta consideravelmente o processo de ambiência, de construção de uma cultura organizacional, do estreitamento e confiança nas relações, impacta nas diretrizes, e, consequentemente, nos resultados, ficando tudo mecanicamente bem resolvido.
Não se pode falar de sustentabilidade, sem que estas premissas sejam atendidas. As pessoas não são apenas um número de matrícula organizacional ou de CPF ou um título de eleitor. Mas, um indivíduo.
A empatia também está relacionada à inteligência emocional. E, a inteligência emocional está relacionada a duas formas distintas de abrangência, seja ela com características cognitivas, ou seja, a capacidade de compreender a perspectiva do outro. Ou então, de forma afetiva, em que se caracteriza pela habilidade de experimentar reações emocionais por meio da observação alheia. E, em regra geral, o profissional de comunicação possui esta habilidade natural e pode contribuir muito nas organizações, se esta for a sua premissa profissional ou no meio a que se predispôs atuar diretamente.
Diante da atual realidade, seja no país ou no cenário mundial, o que as empresas, efetivamente, e diariamente, precisam para manter o discurso atual, rejuvenescido, o esforço e o empenho em se ajustar cotidianamente as novas regras do jogo, da carga pesada acerca das alterações e das necessidades de visão de gestão renovada, de (re)planejamento estratégico, imputa as organizações e as instituições, a manter uma ação e uma atuação com bastante peculiaridade e especificidade no que tange à adaptação e as necessidades e ajustes neste sentido.
E, nisto tudo o que pesa a comunicação organizacional neste processo? Efetivamente, ser aplicada dentro das questões estratégicas, não só no discurso, mas, de fato.
Há um avanço, sem dúvida. Principalmente, nos últimos 15 a 20 anos no país, em termos de comunicação, seja da social para a empresarial, desta para corporativa e, por fim, a passagem para o organizacional. Mas, há uma distância grande ainda entre o estar estratégico e o ser estratégico no discurso das organizações e das instituições. Ainda temos muito que caminhar. Focando em resiliência, ainda que com toda a capacidade neste sentido, ainda é uma das primeiras áreas afetadas quando há um corte, uma redução etc.
É muito comum o desdobramento de que a comunicação é uma área estratégica. Mas, muitas vezes, o discurso está longe de ser o que de fato é realizado.
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