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COLUNAS


Tatiana Maia Lins
tmaialins@makemake.com.br

Consultora em Reputação Corporativa, fundadora da Makemake, empresa com foco em Reputação Corporativa, Planejamento de Comunicação, Engajamento de Stakeholders, Edição de Conteúdo e Reporte de Sustentabilidade.

Professora de Gerenciamento de Reputação Corporativa em cursos de extensão e in company, desenvolveu um método de diagnóstico de percepção de imagem corporativa baseado em Análise de Discurso e Semiótica, que permite à empresa descobrir os gaps entre a imagem e o posicionamento pretendido e a realidade. Desse modo, os pontos sensíveis são trabalhados de maneira mais focada com cada stakeholder e o posicionamento desejado é mais rapidamente alcançado.

Mestre em Jornalismo Internacional pela University of Westminster, em Londres, Tatiana tem MBA em Gestão Empresarial pela FGV-RJ e Pós-Graduação em Comunicação Integrada pela ESPM-RJ.

O que o silêncio tem a nos dizer

              Publicado em 01/07/2014

Mês passado eu não enviei meu artigo. Estava sem assunto, o tempo passou e fiquei olhando a banda passar pela janela. Este mês, ainda estava sem assunto e cheguei até a pedir sugestões no Facebook. Recebi ótimas dicas, e até esbocei escrever sobre os assuntos que me foram sugeridos. Mas, após ler os últimos artigos dos amigos Nádia Rebouças e Luiz Antônio Gaulia, ouvi um chamado dentro de mim e deixei as sugestões de stand by para os próximos meses. Decidi escrever sobre o silêncio e o que ele tem a nos dizer.

O silêncio organizacional é um dos maiores riscos para a reputação de uma empresa. Uma empresa calada, muitas vezes, é uma empresa apática. Uma organização onde as pessoas não se importam com o que fazem ou que acham que não vale a pena manifestar as suas opiniões, sugestões, inquietações e reclamações porque simplesmente não serão ouvidas. “Se não vale a pena falar, melhor ficar calado” é a maior razão para o silêncio, e não o medo de ser punido caso fale algo indesejado, segundo diversos estudos internacionais.

E pior: o silêncio atinge a todos, independente de gênero ou cargo. Uma pesquisa publicada pela Harvard Business Review Brasil, de junho de 2010, não descobriu diferenças estatísticas entre trabalhadores de sexo, grau de instrução ou nível de renda no que tange à probabilidade de calar por medo ou por achar que falar não servirá de nada. Quase a metade dos 439 entrevistados diz o que pensa em certas ocasiões, mas também guarda para si a própria opinião quando acha que não tem nada a ganhar – ou tem algo a perder – por dizer o que realmente sente. Um quarto deles nunca abre o jogo sobre problemas rotineiros e oportunidades de aprimoramento porque seria perda de tempo. E apenas 20% não abre o jogo por medo das consequências.

A bibliografia aponta que o silêncio organizacional acontece quando os gestores não aceitam ou não reagem bem a feedbacks negativos, quando os gestores acham que sabem de tudo e quando a tomada de decisões é muito centralizada. O silêncio organizacional pode impactar na tomada de decisões, na mudança de processos, no alinhamento estratégico e, no final da cadeia, no que a empresa oferece à sociedade.

Sendo assim, o silêncio tem muito a nos falar. Quem cala nem sempre consente. O silêncio é a ponta do iceberg para vários problemas que podem destruir a reputação de uma empresa da noite para o dia. Um monstro que não deve ser alimentado. Ouso arriscar, inclusive, que vivenciamos recentemente um grande exemplo de silêncio organizacional que levou à quebra de um império que nascia no Brasil: as empresas X.

Não pague para ver o mesmo acontecer na empresa em que você trabalha. Desarme-se de preconceitos e abra-se ao diálogo com todos os seus públicos, principalmente com o seu público interno. Ninguém conhece melhor a empresa, seus defeitos e virtudes, do que quem lida com ela todos os dias.


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 2828

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