Ano 8
Nº 28
3º Trimestre de 1998

 

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À espera das reformas

      

General Motors do Brasil investe em melhoria contínua e reduz custos de logística para vender mais e tourear o ‘custo Brasil’.
 

José Carlos Pinheiro Neto está na General Motors do Brasil desde 1970, onde começou como estagiário. Advogado de formação, fez carreira na montadora. Em 1989, assumiu a diretoria de Assuntos Corporativos e Exportação, com a responsabilidade de cuidar de atividades ligadas às relações governamentais, relações empresariais, relações públicas, comunicação social e imprensa. Em abril de 1998 foi empossado presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), com mandato até 2001. A seguir, as respostas de Pinheiro Neto às perguntas formuladas por Comunicação Empresarial.

Uma indústria automobilística não pode prescindir de uma boa comunicação de marketing. E quanto à comunicação institucional? Qual sua relevância?

José Carlos Pinheiro Neto – A comunicação institucional coexiste com a propaganda comercial. As duas buscam um reconhecimento público do mercado quanto às suas marcas – no caso da General Motors do Brasil, os veículos Chevrolet e GMC. A estratégia comercial enfoca as qualidades do produto, enquanto a institucional as qualidades da empresa. A comunicação de marketing é de grande relevância para a General Motors do Brasil, como instrumento fundamental para o sucesso de seus negócios.

A comunicação interna adotada pela companhia cria sinergias positivas no conjunto dos funcionários da GM? Como isso pode ser medido e avaliado?

Pinheiro Neto – A comunicação interna contribui bastante como um instrumento importante para o comprometimento de todos os funcionários, na busca do sucesso da empresa. Na General Motors do Brasil temos vários instrumentos de medição e todos eles refletem o enorme grau de comprometimento de todos os nossos colaboradores. Um exemplo típico é o programa PMC (Processo de Melhoria Contínua), que conta com a adesão cada vez maior dos funcionários, na busca de alternativas mais racionais de produção e eliminação dos desperdícios.

Como a GM e seus funcionários se preparam para enfrentar a crescente competitividade de mercado brasileiro?

Pinheiro Neto – Desde 1991, a General Motors do Brasil estruturou seu planejamento estratégico para disputar com sucesso o mercado, que está se configurando agora como bastante competitivo, principalmente pelo fato de estar inserido no contexto do Mercosul, uma das regiões em que a indústria automobilística mais cresce em todo o mundo.

A que atribuir o excesso de veículos nos estoques das montadoras? A produção industrial cresceu mais rápido do que a renda dos consumidores?

Pinheiro Neto – O estoque atual é ainda conseqüência do pacote fiscal de novembro de 1997, que provocou um aumento brutal nos juros, no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Agora, com a queda dos juros, do IOF e, mais recentemente, com a redução do IPI em cinco pontos percentuais, já estamos obtendo uma recuperação nas vendas, aquecidas pela diminuição dos preços sugeridos de 4,1% a 5,0%, graças ao acordo assinado pela Anfavea com o governo.

Como vender mais no mercado externo e driblar o "custo Brasil"?

Pinheiro Neto – Como já afirmei, desde 1991 a General Motors do Brasil se preparou para esta fase de concorrência acirrada. No mercado brasileiro, tem sido a empresa com maior crescimento na sua participação entre as montadoras instaladas no país. Já na área de exportação, conseguimos o recorde de 770 milhões de dólares, em 1997, e, em 1998, estamos perseguindo a meta de 1 bilhão de dólares. Quanto ao "custo Brasil", entendemos que ele tem duas facetas: uma administrada pela própria General Motors do Brasil e na qual atuamos com a redução de nossos custos, principalmente na área de logística, incluindo transporte por intermédio de portos e aeroportos. Na outra faceta, estrutural, dependemos das reformas promovidas pelo governo, com ênfase nas áreas tributária, fiscal e previdenciária.

Como se dá a comunicação da Anfavea na articulação das demandas do setor automotivo? Como chegar a consensos?

Pinheiro Neto – A General Motors do Brasil participa da diretoria da Anfavea e, assim, das análises e discussões dos aspectos necessários para o crescimento do setor automobilístico. O processo de comunicação da Anfavea é bastante dinâmico com todas as associadas e o consenso surge das nossas freqüentes reuniões de diretorias, nas quais debatemos os assuntos mais urgentes.

O que esperar do desempenho da indústria automobilística brasileira nos mercados do terceiro milênio?

Pinheiro Neto – Nós da GMB acreditamos que o Brasil galgará rapidamente posições no ranking mundial. Para os próximos cinco anos, poderemos estar entre os cinco maiores fabricantes mundiais de veículos.

 

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