Ano 8 Nº 28 3º Trimestre de 1998 |
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Em cima da pinta
Souza Cruz aproveita inauguração de fábrica no Sul para revitalizar
antiga convivência e aprofundar o diálogo com a comunidade regional.
Cópia bem-feita "A pressão do tempo foi muito grande, mas não podíamos deixar de aproveitar o
evento da inauguração", diz Nelson Homem de Mello, diretor de Comunicação
Empresarial da Souza Cruz. Nos três meses que se passaram entre a decisão de mostrar sua
cara social, por intermédio de um projeto comunitário, e o efetivo lançamento do
Comunidade Unida Souza Cruz, em 7 de agosto, vinte pessoas estiveram dedicadas
integralmente ao seu desenvolvimento. A agência gaúcha SLM/Standard, colaboradora da
área institucional da Souza Cruz, foi um apoio importante para a escolha do caminho a ser
trilhado. "A agência apresentou propostas e a que mais nos agradou foi a de buscar a
solidariedade e cidadania das populações gaúcha e catarinense a partir de um projeto
semelhante ao 'Comunidade em Ação', do Grupo RBS [Rede Brasil Sul], desenvolvido com
sucesso em 1997", lembra Homem de Mello. Naquele ano, em comemoração aos seus 40
anos a RBS distribuiu 1 milhão de reais para entidades sociais indicadas por voto direto
da população dos dois Estados. Seguindo à risca a mensagem final do programa da RBS,
que convocava outras empresas a dar continuidade à idéia ("Copiar não é plágio,
é responsabilidade social", dizia a mensagem), a Souza Cruz promoveu ajustes e
lançou seu Comunidade Unida, que também distribuirá 1 milhão de reais a entidades
sociais gaúchas. Pelo voto No Comunidade Unida Souza Cruz, a empresa decidiu dividir sua doação em dois grandes
grupos de beneficiados, escolhidos por votação e por mérito de projetos. Na primeira
modalidade, 500 mil reais destinam-se a entidades governamentais e não-governamentais
escolhidas pela população. As cédulas de votação estão encartados nos principais
jornais do Rio Grande do Sul e serão beneficiadas as três entidades mais votadas em cada
uma das doze regiões do Estado. A divisão territorial visou facilitar a contagem dos
votos. Nessa modalidade, a Souza Cruz espera reunir cerca de quatro milhões de votos, a
ser depositados em urnas de coleta distribuídas pela rede de varejo do Banco do Estado do
Rio Grande do Sul, cujas 368 agências cobrem praticamente todo o território gaúcho.
Para um Estado cuja população aproxima-se dos 9,6 milhões de habitantes, a meta é
ambiciosa. "Tentaremos repetir o volume de votos obtidos no programa realizado pela
RBS", diz o diretor da Souza Cruz. Como o instrumento do voto tende a privilegiar
entidades maiores, mais conhecidas e com maior exposição na mídia, a Souza Cruz lançou
também uma modalidade que protegesse entidades menos conhecidas, mas com projetos sociais
relevantes. Os outros 500 mil reais irão para esse grupo. A meta é atender 54 entidades,
destinando recursos de até 15 mil reais para cada uma. Os projetos deverão cumprir as
especificações contidas num edital que foi enviado às mais de 2.500 entidades
beneficente que atuam no Rio Grande do Sul. As propostas recebidas serão avaliadas por um
comitê executivo liderado pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho (também
responsável pelo programa da RBS), levando em conta o alcance social dos projetos.
"Mais importante que distribuir as doações é obter o envolvimento da comunidade
com a ação social", afirma Homem de Mello. "Somente pela mobilização da
comunidade e das organizações civis é que estaremos, de fato, fortalecendo as noções
de solidariedade e cidadania que queremos ressaltar." O projeto Comunidade Unida
Souza Cruz foi lançado em coletiva de imprensa, em Porto Alegre, com a presença de 24
jornalistas. O apresentador do projeto foi o próprio presidente da empresa, Flavio de
Andrade. Além disso, uma forte campanha publicitária foi lançada na mídia regional -
com filme para TV, anúncios impressos para jornais (com o voto a ser recortado), cartaz e
folheto explicativo. "Tivemos a colaboração de todos os veículos, que se
sensibilizaram com a proposta e reduziram seus custos", lembra o diretor. As
entidades vencedoras serão conhecidas em 16 de novembro. História em documentos A ação da Souza Cruz teve uma motivação especial. Dos 95 anos de vida da empresa, 80 foram passados também no Rio Grande do Sul. Desde que chegou ao Estado, em 1918, a Souza Cruz estabeleceu fortes relações com a cultura, a história e o desenvolvimento da comunidade gaúcha. Sua participação comunitária foi intensa especialmente na região central do Estado, onde mais se cultiva fumo. Até hoje muitas pessoas acreditam que a Souza Cruz é uma empresa genuinamente gaúcha, desconhecendo o fato de que sua é no Rio, cidade onde nasceu. É dessa região produtora gaúcha, com pólo em Santa Cruz do Sul, que a empresa irradia diversos programas comunitários como o "Clube da Árvore", os programas "Plante milho e feijão após a colheita do fumo", "Hortas escolares", além de outros voltados ao desenvolvimento da educação ambiental e da consciência preservacionista. Dentro da estratégia de incentivar a cidadania para toda a comunidade gaúcha e mostrar lado humano da companhia, no início de 1998 a Souza Cruz lançou-se na empreitada de patrocinar a aquisição de parte do acervo do Memorial do Rio Grande do Sul, um ambicioso projeto cultural que tem, entre outros parceiros, o governo estadual, o Banco Real e a Fundação Roberto Marinho. Nesse patrocínio, a empresa adquiriu e doou ao Memorial a coleção de documentos históricos do pesquisador paulista Pedro Correa do Lago, da qual constam mais de 16 mil peças relativas à formação do Estado brasileiro, passando por todos os períodos da vida sócio-cultural da nação. Sua riqueza é tão expressiva que essa era considerada a mais importante coleção privada do país, e deverá ser a mais visitada e pesquisada área do Memorial. Com essa doação, a Souza Cruz ofereceu ao público um patrimônio que antes era privado, possibilitando sua organização, sistematização e manutenção para consultas. "Com ações dessa natureza a Souza Cruz não está fazendo nada de novo, mas colocando em prática seus princípios de comprometimento com as comunidades onde atua", diz Homem de Mello. "Não é uma postura nova, mas uma retribuição à comunidade na forma de benefícios às pessoas. Estamos conscientes de que é apenas de um começo, que deverá colaborar para disseminar a preocupação com o investimento social entre outras empresas e na comunidade gaúcha como um todo." |
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