Ano 8 Nº 28 3º Trimestre de 1998 |
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O processo de globalização muda a face da economia brasileira e traz
como subproduto empresas fechadas e analfabetas em comunicação. por
Paulo Nassar (*) No que se refere à Comunicação, o forte movimento de fusões e aquisições de
empresas, em quase todos os segmentos econômicos do país, impõe aos observadores e
atores do processo a seguinte pergunta: os novos controladores estrangeiros conhecem o
funcionamento da Comunicação Social brasileira? Para ser bem respondida, a questão
passa pelo conhecimento histórico de como evoluiu a relação Imprensa/Empresa desde o
marco estabelecido por Hipolito José da Costa, no século 18, com o seu Correio
Braziliense. E que inclui também o aperfeiçoamento da relação entre os profissionais
de redação e os de Assessoria de Imprensa e Relações Públicas, dentro dos vários
ambientes sociais, políticos e econômicos que marcaram a relação das organizações
empresariais com os inúmeros públicos da sociedade brasileira. A pergunta, ainda em
aberto, precisa ser respondida rapidamente porque já existem sinais que segmentos
importantes dos públicos organizados brasileiros, entre eles empresários, entidades da
sociedade civil, jornalistas, relações-públicas, publicitários - em função de
exemplos desastrados, truculentos até - estão acendendo a luz amarela em relação aos
novos administradores. Estes, por desconhecimento da história e do funcionamento da
Comunicação brasileira, estão literalmente trombando com os procedimentos que se
firmaram, principalmente a partir de 1985, como paradigma da Comunicação eficaz: baixar
os muros das empresas, ter a transparência como um dos principais valores da
comunicação, estabelecer canais permanentes de diálogo com consumidores, funcionários,
comunidades no entorno, sindicatos, governo, legisladores, imprensa, entre outros. Se o
processo de globalização econômica tem um lado ruim, um deles é o de trazer para cá
empresas fechadas e gestores analfabetos em Comunicação. Congresso internacional O 1° Congresso Internacional de Comunicação Empresarial e Corporativa, promovido
pela ABERJE, em 4 de agosto, foi um momento raro, onde os nossos associados estabeleceram
contato com os princípios que regem as ações em comunicação de empresas globais como
a Xerox, Banco Santander, Hill and Kwnolton. E mais, como elas se inserem e se relacionam
com a sociedade brasileira e com outras realidades culturais. A exposição do diretor
superintendente da Xerox, Guilherme Bettencout, mostrou que aquela empresa é um excelente
benchmark para quem está fincando suas bandeiras em terras de Santa Cruz. A Xerox
brasileira é uma empresa agressiva em sua comunicação de marketing, mas dá lições em
sua comunicação com a Imprensa, com seus funcionários e com a sociedade brasileira.
Projetos como o "Portas Abertas", "Anjos da Guarda",
"Clientar" e "Olímpico Mangueira" são exemplos a serem
"xerocados". No âmbito do Congresso, a Petrobras mostrou, por intermédio de
seu superintendente de Comunicação Institucional, Luís Antonio Vargas, como a sua
comunicação está enfrentando os desafios que a mudança do ambiente político e
econômico está impondo àquela organização. As questões ligadas à identidade
corporativa frente às identidades nacionais foram temas das palestras de Jaime de
Piniés, diretor de Comunicações New York do Banco Santander e do CEO da Hill &
Knowlton, Howard Paster. A professora Maria Tereza Fleury (FEA/USP) tratou do tema
"Comunicação e Cultura Organizacional". Participaram como debatedores Simon
Franco, head hunter e os professores Margarida M.Kunsch (ECA/USP) e Mitsuru Yanaze
(ECA/USP). Na abertura do 1° Congresso Internacional de Comunicação Empresarial foi
fundada a ACELP-Associação de Comunicação Empresarial de Língua Portuguesa,
instituída pela ABERJE e pela APCE - Asssociação Portuguesa de Comunicação de
Empresa. A ACELP tem como objetivo a promoção de estudos de temas ligados à
Comunicação Empresarial de Língua Portuguesa, por meio da realização de
conferências, simpósios, certames e de publicações. A ata de fundação foi assinada
pelo presidente da Aberje, Ruy Altenfelder, por Vítor Baltasar, presidente da APCE e pelo
secretário executivo da ABERJE, Paulo Nassar. Integram a Diretoria, Conselho Consultivo
as seguintes personalidades da Comunicação brasileira e portuguesa: Vitor Baltasar, Ruy
Altenfelder, Paulo Nassar, Arnaldo Frias, Mário Branco, Ana Paula Calado, Bonito da
Conceição, Gonçalo Meira, João Bau, Salvato Trigo, Rui Cádima, Alex Periscinoto,
Deusdedith de Azevedo Dias, Marilene Lopes, Jorge Polydoro, Gaudêncio Torquato e Carlos
Vogt. Estudos Aberje A evolução da Comunicação Empresarial brasileira é tema do volume 1, da série
Estudos Aberje, que tem como autores Alex Periscinoto, Gaudêncio Torquato, Margarida M.K.
Kunsch e Mauro Salles. Estudos Aberje, lançado em 24 de junho, em São Paulo, durante a
19° jornada do Fórum de Comunicação Empresarial, é resultado das reuniões do
Conselho Superior de Comunicação Social da Aberje ocorridas em 1997. A publicação,
enviada a todos os associados da entidade, teve o patrocínio do Grupo Brasmotor, Embraco
e Multibrás. Grupo de estudos O relacionamento com a Imprensa estabelecido a partir de novas bases e muita
criatividade. Esse foi o enfoque que a associada Lide apresentou, em 1° julho, em
reunião do Grupo de Estudos de Assessoria de Imprensa, na sede da Aberje, em São Paulo.
As diretoras da Lide, Irene Vucovix e Célia Romano detalharam o Projeto Luluzinha,
desenvolvido para a Volkswagen e que tem como público mulheres jornalistas de todo o
Brasil. Simpósio de Londrina Com o objetivo de apresentar e discutir projetos e estratégias em Comunicação Empresarial, a Aberje, a CR Comunicação e a Agência de Comunicação promoveram, em 12 de agosto, em Londrina, o VII Simpósio Aberje de Comunicação Empresarial. O evento teve como conferencistas Artur Roberto Roman, doutor em Ciências da Comunicação pela ECA/USP e instrutor do Banco do Brasil; Mário Luiz Ibide e Ana Rosa Girardi, do Grupo Nova América; Eraldo Carneiro, da Petrobras; Luiz Egypto, professor da PUC/SP e editor da revista Comunicação Empresarial e Luiz Fernando Camargo de Araújo, coordenador do curso Master em Jornalismo para Editores da Faculdade de Ciências da Informação (Universidade de Navarra). O Simpósio teve como patrocinador a nossa associada Folha do Paraná/Folha de Londrina. A ABERJE e a Idéia Comunicação realizaram, em 19 de agosto, em Belo Horizonte, o Fórum "Prioridades para o Século XXI". O evento teve como palestrantes o professor Eduardo Giannetti da Fonseca (FEA/USP); Nelson Savioli, diretor de Recursos Humanos da Gessy Lever; Paulo Secches, da Interscience e Nélson Blecher, da revista Exame. Após o Fórum, aconteceu a cerimônia dos vencedores do Prêmio Aberje Minas Gerais 98. Patrocinaram o encontro as empresas associadas Andrade Gutierrez, Acesita, Belgo Mineira, Algar, CTBC Telecom, Cemig e Unicentro Newton Paiva. (*) Paulo Nassar é secretário-executivo da Aberje |
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