por Jaime de Piniés (*)

Durante os últimos dois anos, o Grupo Santander – o maior conglomerado financeiro da Espanha – expandiu-se rapidamente na América Latina tornando-se a maior instituição financeira internacional da região (por total de ativos consolidados por percentual de controle). Esta expansão foi essencialmente concluída com o anúncio, em agosto de 1997, da aquisição, no Brasil, do Banco Noroeste pelo Banco Geral do Comércio, hoje Banco Santander Brasil.

O principal objetivo que norteou a expansão do Grupo Santander na América Latina foi o de maximizar valor para o acionista. Isto significava que, além de rápida, a expansão tinha que ocorrer em bases sólidas, apoiada em dez anos de atuação marcante na região do Santander Investment, o braço de banco de investimento do Grupo Santander, assim como em 20 anos de êxito do banco comercial no Chile, o Banco Santander Chile.

Atualmente o Grupo Santander está presente nos principais países do continente, incluindo Argentina, Brasil, Colômbia, México, Peru, Uruguai e Venezuela. Em todos esses países, como também em Porto Rico, obteve expressivas participações de mercado, geralmente posicionando-se entre os cinco primeiros, em empréstimos e depósitos, e tem sido sempre líder em inovação de práticas de mercado desenhadas para melhor atender as necessidades dos clientes.
  

Afinidade cultural

A América Latina foi escolhida para o início da expansão do Santander, por razões que incluem baixa participação bancária no mercado e potencial de crescimento econômico da região. Atualmente a América Latina proporciona altas margens e um futuro de muitas oportunidades de negócios. Além disso, o Grupo Santander acompanha empresas espanholas que têm investido pesadamente na região, como Telefónica, Endesa e Repsol, às quais presta assessoria em suas necessidades comerciais e de investimento.

Diversificação dos lucros é a terceira razão que motivou o Santander a desenvolver sua presença na América Latina. A Europa, e em particular a Espanha, são mercados altamente competitivos – e o serão ainda mais com o início da União Monetária Européia, no começo de 1999. Os bancos que desejam permanecer lucrativos devem enfrentar a competição européia bem capitalizados e eficientes em suas operações. Este é o caso do Grupo Santander, que em 1997 teve um retorno sobre o patrimônio de aproximadamente 19%. Além do mais, bancos europeus que aspiram tornar-se bancos globais devem diversificar sua base de lucratividade, como o Santander fez na América Latina.

Afinidade cultural é a quarta razão que levou o Santander a voltar-se para a América Latina. O pessoal da Espanha pode aterrissar em qualquer dos países de língua espanhola e ser eficiente no primeiro dia. A mesma coisa acontece com nosso staff de Portugal em seu relacionamento com o Brasil.
  

Conhecimento local

Banco Santander tem o compromisso de tornar-se um banco global com foco especial em mercados emergentes. O caminho que escolheu para estabelecer-se na América Latina define as características do Grupo. Como afirmou o presidente do Conselho de Administração, Emílio Botín, ele nunca teria permitido uma entrada forte e rápida como a que ocorreu na América Latina se o Grupo Santander não estivesse totalmente preparado para enfrentar esse desafio com sucesso. E, de fato, estava. Por intermédio do Santander Investment, o banco de investimento comandado por Ana Patricia Botín, o Grupo formou uma base de conhecimento local, equiparada às melhores do mercado. No Santander Investment, por exemplo, mais de 50 analistas dedicam-se integralmente ao acompanhamento das economias locais, setores, empresas e todos os instrumentos financeiros na América Latina.

Este forte investimento em análise destaca o Santander de todos os demais bancos internacionais que chegaram recentemente à América Latina. Por essa razão, o Grupo estava apto a focar aqueles bancos que fossem a sua alternativa mais adequada, tendo em vista sua forte base de conhecimento local. Dessa forma pôde concentrar-se em obter o controle do capital votante nos bancos adquiridos, assegurando seu efetivo gerenciamento para melhor atender as necessidades dos clientes.

O Grupo Santander está orgulhoso de poder contribuir com sua experiência e conhecimento para o desenvolvimento da região e em oferecer uma ampla gama de produtos e serviços de alta qualidade a seus clientes na América Latina. É o que se requer de uma instituição compromissada em manter-se altamente competitiva.

(*) Jaime de Piniés é Managing Director do Santander Investment e Diretor de Comunicações New York do Banco Santander.