Ano 7
Nº 22
1º Trimestre de 1997

 

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Em dia com seu tempo

 

A Aberje comemora trinta anos de existência mantendo seu foco preferencial de atuação no aprimoramento da comunicação empresarial brasileira.

por Ruy Martins Altenfelder Silva

A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) completa trinta anos de atividades em 1997. No decorrer dessas três décadas, a Aberje acompanhou pari passu a evolução da comunicação empresarial no Brasil e teve o privilégio de testemunhar, como entidade profissional de ponta, o processo que levou a Comunicação a definitivamente assumir posição de área estratégica de resultados tanto nas organizações empresariais como nas instituições públicas e privadas.

Primeira entidade do gênero na América Latina, a Aberje foi fundada em 8 de outubro de 1967 como fruto do idealismo de Nilo Lucchetti, então gerente de Comunicação da Pirelli S/A. À época, Lucchetti havia feito uma viagem de trabalho à matriz de sua empresa, em Milão, e lá travara contato com farta documentação referente a programas institucionais de comunicação, estatutos de entidades profissionais e regulamentos de concursos de premiação de publicações empresariais. Animado com a idéia de criar no Brasil um fórum que discutisse questões desse segmento, Lucchetti juntou-se a um grupo de pioneiros para promover a 1ª Convenção Nacional de Editores de Revistas e Jornais de Empresa, realizada naquele 8 de outubro no auditório da Pirelli, em Santo André (SP). Com a presença de 83 representantes de 52 publicações empresariais, ao encerramento daquela Convenção foi criada a Aberje – e Nilo Lucchetti eleito seu primeiro presidente.
 

Constante evolução

De lá para cá, a comunicação empresarial brasileira experimentou notável desenvolvimento. O que antes resumia-se a uma comunicação restrita à unidade organizacional – e quase sempre uma via de mão única entre a empresa e seus empregados –, derivou para um trabalho a um só tempo dinâmico e abrangente. A Comunicação foi se sofisticando em função dos instrumentos de que passou a dispor, das novas tecnologias e das novas demandas sociais e organizacionais. Os gestores dessa atividade começaram a levar na devida conta a complexidade das relações da empresa com seus diversos públicos de interesse, e a avaliar com maior atenção e critério as questões relativas à imagem pública e à responsabilidade social das organizações. Em suma, tornou-se cada vez mais evidente aos olhos do profissionais atilados que a empresa, enquanto como centro de resultados, não poderia atuar descolada da sociedade e da realidade à sua volta. Fortaleceu-se, dessa forma, o conceito de empresa-cidadã, ou seja, o entendimento de que as organizações devem ser operadas por empresários e profissionais preocupados em construir um país melhor, mais competitivo, mais justo e mais solidário.

Ao longo de sua história, a Aberje manteve-se sempre atenta aos movimentos gerados no tecido social e no ambiente empresarial. Olhou para o futuro, agregou novos associados e reforçou sua representatividade ao ampliar seu leque de atuação em consonância com as novas demandas surgidas da sociedade e do mercado profissional. É importante lembrar que a entidade foi criada sob um regime político autoritário, e que apenas treze dos seus trinta anos de idade foram vividos sob a égide do Estado de Direito. De todo modo, a Aberje e a sociedade civil brasileira têm hoje a comemorar a recondução do país à plenitude democrática, a partir de 1984; e o sucesso da política de controle inflacionário promovida pelo Plano Real, que ensejou o robustecimento da perspectiva de que, finalmente, alcançaremos em prazo razoável as condições que garantam as bases de um desenvolvimento econômico sustentado em nosso país.

Ao manter sintonia fina com o ambiente profissional, a Aberje cresceu e aprimorou-se tecnicamente na razão direta do fortalecimento da cidadania. A entidade, que antes congregava técnicos em comunicação apenas preocupados em fazer jornais e revistas de melhor qualidade, hoje vive uma realidade balizada pela globalização dos mercados e dos sistemas produtivos, pelos paradigmas da qualidade e da excelência gerencial, pelos marcos da abertura da economia brasileira e pela emergência de um consumidor de produtos e serviços consciente de sua sagrada condição de contribuinte e cidadão. Em vista disso, embora mantendo a marca Aberje – a essa altura forte e publicamente reconhecida –, a entidade abandonou a antiga denominação de Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresas para assumir a designação mais adequada de Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. À preocupação característica dos primeiros anos de sua atuação, quando privilegiava programas de cursos e de treinamento dirigidos aos profissionais da comunicação empresarial, acrescentou-se o objetivo estratégico de refletir sobre a Comunicação de uma maneira mais ampla, considerando o advento de novas mídias e o surgimento de novos públicos estratégicos.
 

Padrões de excelência

Sinais claros dessa inclinação podem ser observados na revista Comunicação Empresarial, hoje tida como uma publicação de referência em seu segmento. Suas edições têm focado temas de grande interesse para os profissionais da área e seu sucesso editorial deve ser atribuído à pronta resposta que oferece às reais necessidades de seus leitores qualificados. Outra marca visível dessa vocação da entidade está na utilização que faz de novas mídias – especialmente a Internet, onde mantém uma home page no endereço http://www.aberje.com.br. Ao mesmo tempo, a programação de cursos oferecidos pela Aberje tem se preocupado em antecipar tendências importantes para a Comunicação Empresarial: o surgimento de novos conceitos de redes corporativas de comunicação, por exemplo, como é o caso das Intranets.

Por congregar empresas-cidadãs, a Aberje tornou-se uma entidade, ela própria, também cidadã. No início do ano passado, deu um passo histórico ao divulgar aos associados e à opinião pública o seu Plano Estratégico para o triênio 1996-98. Por tudo isso, a Aberje é hoje repositório de idéias e reflexões que ganham audiência mais ampla do que a demarcada pelo universo de seus associados. Bons exemplos dessa condição são os Fóruns de Comunicação, realizados mensalmente em parceria com o Instituto Roberto Simonsen, e a constituição do Conselho Superior de Comunicação Social – que nasce com o objetivo de funcionar como um produtivo fórum de debates e reflexões sobre os rumos da comunicação empresarial brasileira.

A história da Aberje a credencia a continuar trabalhando com afinco na busca dos melhores padrões de excelência para a atividade da Comunicação. É clara, na trajetória da entidade, a crítica contundente a todo e qualquer tipo de corporativismo profissional, especialmente no que concerne à área da Comunicação. O que a Aberje deseja e quer é dedicar toda sua energia para o trabalho de aprimoramento da atividade de Comunicação no Brasil à luz da ética e da excelência profissional. Foi assim nos seus primeiros trinta anos de existência, assim será nos próximos.

 

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