Comunicação Estratégica e Marlene Marchiori* Na área rural especificamente, é crescente o número de propriedades que passaram a visualizar a administração com os mesmos critérios de empresas, se profissionalizando e investindo maciçamente em comunicação e treinamento de funcionários, bem como em novas tecnologias. Este movimento tem proporcionado maior lucratividade, produtividade e reconhecimento internacional do padrão dos produtos agropecuários brasileiros. É uma área que vem se consagrando com a atuação dos profissionais de Relações Públicas, onde, além das ferramentas convencionais, demanda crescimento contínuo de novas técnicas e programas, visando adequar este trabalho à uma linguagem, realidade e característica totalmente diversas, que são as propriedades rurais, industriais e serviços que englobam a cadeia produtiva do agribusiness. O trabalho de Relações Públicas desenvolvido tem como foco o que nosso querido colega Valentim Lorenzetti preconizou em sua "Filosofia do Sol" - "olhar para o poente, tendo a compreensão objetiva da paisagem". Relações Públicas na área rural não é diferente. A profissionalização se inicia no proprietário e aos poucos é disseminada e valorizada por todos que compõem a empresa agropecuária. A atividade nasce em conversas informais, onde há necessidade de se perceber o interesse do proprietário rural em um plano. Assim, podemos passar a segunda etapa: apresentação de uma proposta envolvendo ações básicas e primordiais, buscando a fidelização dos públicos. O que diferencia é o fato de muitas empresas agropecuárias estarem vendo hoje a necessidade da comunicação estratégica, aquela que cria valores efetivos para a organização. A estratégia básica é a aproximação da organização dos públicos, proporcionando um atendimento que possa ser identificado pelo receptor como único. Podemos alavancar inúmeras ações: histórico e aspectos relevantes, sistema de pré-venda, venda e pós-venda, planejamento de eventos - leilões particulares ou participações como convidado -, comunicação contínua, levantamento de opiniões com lideranças externas, posicionamento do produto, envolvimento dos funcionários, assessoria de imprensa, pesquisas, comunicação dirigida e na mídia especializada, identidade visual, brindes, banco de dados, controle de registros e envio de documentação, preparação e performance dos animais, além de manifestações dentro de estratégias que visam basicamente o incentivo para a criação da raça, por exemplo, aos mais diferentes criadores. Criadores estes com potencial para o desenvolvimento da genética em suas propriedades ou até mesmo para o cruzamento industrial. O que importa, mais uma vez, é o conhecimento profundo da linguagem e do respeito ao transformar uma informação. Assim, fica mais fácil e inteligível a mensagem, o produto, o serviço, o conceito institucional - por que não ? - entre tantas outras áreas a serem trabalhadas. Na realidade, o que fazemos é profissionalizar a comunicação estratégica da empresa agropecuária, sendo necessário encontrar formas de manifestar sua filosofia, mantendo-a próxima, ativa e pró-ativa junto aos públicos. O trabalho do profissional de Relações Públicas não pára por aqui. É um
crescimento contínuo, personalizando cada ação, direcionando as atividades
para as expectativas e necessidades dos objetivos traçados em parceria com a
empresa agropecuária. A percepção, embasada em levantamentos qualitativos e
quantitativos para a determinação de estratégias que conduzam a organização
agropecuária para sua excelência, evidencia a prática das Relações Públicas
na área rural. *Marlene Marchiori: Doutoranda em Ciências pela USP, com atuação na área deCultura Organizacional e Comunicação Interna. Sócia Proprietária da March Comunicação & Marketing, desde 1992. |
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