A Aberje lança, em parceria com a Lazuli, o sétimo número da revista MSG de Comunicação e Cultura. O tema central da edição é “Autoria”, abordado por vários pesquisadores.
O diretor-geral da entidade, Paulo Nassar, e o diretor da editora, Miguel de Almeida, assinam o editorial “Autoria no Divã”, onde apontam que, marcado por constantes quebras de paradigmas, os tempos contemporâneos colocam a sociedade a cada novo momento diante da necessidade de reformulação radical de conceitos ou mesmo de sua líquida superação. “Sapatos velhos deixam de nos servir, hábitos tornados supérfluos pelo avanço social”, complementam. A autoria seria então um dos conceitos que se encontram sob bombardeio, desde que alguns procedimentos das novas tecnologias passaram a questionar sua validade.
Lucia Santaella, doutora em Teoria Literária e professora-titular no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, contribui em “As novas roupagens da autoria”, em que comenta que a multiplicidade de tendências na net arte, ciber arte e bio arte não apenas implicam o diálogo em profundidade com a inteligência e a vida artificiais, mas também a necessidade de se desenvolverem trabalhos cooperativos e colaborativos que liguem artistas, cientistas e técnicos em um processo comum.
Já Marcos Alberto Sant Anna Bitelli, mestre em Direitos Difusos e Coletivos pela PUC-SP e diretor de Assuntos Legislativos da Associação Brasileira de Direitos de Informática e Telecomunicações, traz “Direito de autor e crédito”. Para ele, como mundo baseado nos “wiki”, da web 2.0, da criação coletiva sem autores identificados, as redes sociais de colaboradores com identidades ocultas privilegia o modelo de ferramentas de buscas. O cenário cria uma crise de credibilidade de infromação. “Pensar em proteger nos tempos atuais o direito de autor vai muito além da questão econômica, envolve algo mais grave, que é a irrelevância do crédito da informação ou da criação”, completa.
Livio Tragtenberg, criador das Orquestras de Músicos das Ruas de São Paulo, Miami, Berlim e Rio de Janeiro, escreve “Autoria ou autoridade” onde aposta que foi a arrogância e a ganância da indústria da música que estimulou seu colapso. Franklin Leopoldo e Silva, professor aposentado do Departamento de Filosofia da USP, contribui com “O Autor”, e diz que justamente devido a uma função preponderante atribuída ao sujeito na estruturação da realidade que a condição de autor começa a ser questionada no mesmo momento em que certas filosofias contemporâneas se põem a rever a posição insigne que o humanismo moderno concedeu à figura do sujeito.
Rose de Melo Rocha, doutora em Ciências da Comunicação pela USP e coordenadora do PPGCOM da Escola Superior de Propaganda e Marketing, deixa seu texto “As imagens dispensam autores: subjetividade e autonomia em tempos hiperespetaculares”, em que propõe ao resgate da artesania – “um artesão sabe que o que produz é, em certo sentido, único, irreproduzível em larga escala”.
O tema Autoria ainda é abordado pelo maestro e arranjador Julio Medaglia, pelo filósofo Andre Stangl, pelo documentarista Max Alvim, e pelo filósofo Oswaldo Giacoia Junior, além de entrevista com o crítico de cinema Inácio Araújo e de desenhos de releitura de vários ícones da história cultural com o artista plástico Paulo Sayeg. A revista, que chega às bancas com 76 páginas, pode ser adquirida nas unidades da Livraria da Vila, Livraria Cultura, FNAC, entre outras.
Werner Schulz é o diretor de arte e projeto gráfico, com Adriana Vichi como editora de fotografia. Bruno Castanho e Fernanda Fatureto são os repórteres, em revisão de Luciana Azevedo. Mais informações podem ser obtidas com o gerente de Relações Públicas da Aberje e produtor executivo do projeto, Mateus Furlanetto, pelo mateus@aberje.com.br ou no 11-3662-3990. 3238
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