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Jorge Cury Neto
jorgecuryneto@gmail.com

Graduado em Comunicação Social, com habilitação em jornalismo pela PUC-PR, desde 1972 atua no jornalismo de rádio e televisão, nas funções de repórter, apresentador, produtor e narrador esportivo.

Em 1996 fundou a Central de Radiojornalismo, incorporada a Webcombrasil em 2008, onde dirige um núcleo de pesquisa e estudo dedicado a comunicação oral que deu origem a formulação de uma nova área da comunicação, intitulada de voice design.

Em setembro de 2013, durante o 19º Congresso Internacional de Educação a Distância, realizado em Salvador, apresentou de um trabalho científico sobre voice design, aprovado pela comissão de análise e avaliação da ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância.

Jorge Cury Neto é presidente do Voice Design Institute, que oferece palestras, workshops e cursos presenciais e on-line, além de consultoria. 

Voice design, nasce um novo conceito de comunicação

              Publicado em 15/08/2012
Voice Design é uma atividade estratégica responsável pela idealização, criação, desenvolvimento, configuração, concepção, elaboração e especificação do uso dos atributos da palavra falada na produção coloquial do conhecimento que é materializado pelo desenvolvimento de interfaces presenciais ou virtuais, analógicas ou digitais, orientadas por uma intenção ou objetivo de interatividade e colaboratividade, visando oferecer soluções atrativas e eficazes.
 
Esta é uma definição que envolve de um lado os aspectos cognitivos da comunicação social viabilizada pelo pensamento dialético que é o pensamento que assimila também os sinais do som, da voz e que promove toda a racionalidade, tendo como suporte a lógica gramatical e de outro os atributos da inteligência intuitiva que está associada ao pensamento antidialético que é o pensamento mais profundo, por permitir ver por múltiplos ângulos o mesmo fenômeno, utilizando-se das áreas da criatividade do cérebro e dos experiências vivenciada pelo indivíduo.
 
O voice designer utiliza os diversos recursos disponíveis pela voz, como entonação, ritmo, harmonia, altura, amplitude, intencionalidade, num sistema de sonorização vocal, que permita o controle sobre diferentes parâmetros eletroacústicos de qualquer fonte sonora, acústica ou gravada, presencial e virtual, para a exploração do envolvimento sonoro e cognetivo da oralização da palavra, sincronizado com a união da estética da voz e às suas funcionalidades, considerando a manipulação, criação e organização dos seus elementos, capazes de ativar os diversos estímulos sensoriais, gerando imagens sonoras para fins de fixação da mensagem emitida em diferentes planos e perspectivas de difusão de voz. 
 
No processamento cerebral a palavra falada produzida pela voz exige uma decodificação só, transformando a palavra dita em entendimento cerebral, ao passo que na palavra escrita há uma dupla decodificação, tendo que transformar foneticamente aqueles hieróglifos, aqueles símbolos em palavra, mesmo que num som inaudível. Para, depois, ser decodificada pelo cérebro. 
 
A compreensão do conceito do voice design considera que é sempre muito mais fácil transmitirmos a mensagem através da fala para expressar exatamente o que a gente sente, principalmente em relação ao sentimento, facilitando a compreensão da mensagem, por conter a exata dimensão do que se quer comunicar. 
 
Numa ação midiática o emissor da mensagem está presente no ato comunicacional, representado pela sua voz gravada analógica ou digitalmente. É a voz do emissor que está comunicando a mensagem, já na escrita o leitor é quem usa sua voz para interpretar a emoção contida no texto. 
 
Recebemos informações auditivas por intermédio dos ouvidos, mas também pela pele, pelos ossos e por todo corpo, a partir da medula central que recepciona as vibrações físicas do som, numa relação chamada áudio-tátil, sejam notas musicais, palavras cantadas e a palavra falada, mesmo que sutilmente, alteram a nossa respiração, nossa pulsação, a pressão sanguínea, a tensão muscular, a temperatura da pele e outros ritmos internos, e promove a liberação de endorfina. 
É fundamental no universo digital que tudo que é escrito exige atenção exclusiva, numa época em que as pessoas têm cada vez menos tempo, a voz, o som, a palavra falada pode ser consumida enquanto desenvolvemos outras tarefas, podemos ouvir enquanto estamos dirigindo, muitas vezes preso no trânsito, e assim por diante, ao passo quando temos que ler alguma coisa, temos que separar um tempo exclusivo para a leitura.
 
Por isso, a tendência no universo digital é cada vez mais a gente se valer da palavra falada, tanto para consumir informação ou entretenimento como para emitirmos as mensagens em nosso dia a dia com o tempo mais escasso. O que podemos concluir que isto é que dá a palavra falada num enorme poder de comunicação, quanto mais for digital o mundo.
 
Outro aspecto interessante é que a nossa audição normalmente se torna mais aguda quando não temos pistas visuais que são preenchidas pela imaginação, lacunas preenchidas pelo imaginário.
 
É essencial termos consciência não só da necessidade de nos comunicarmos bem e melhor, mas prioritariamente focarmos todo nosso empenho exclusivamente para o proveito do outro, do nosso ouvinte.
 
Assim, a formulação do conceito do voice design compreende a importância de planejar, pensar antes de falar, ganhando assertividade na comunicação, evitando o conflito e o ruído e semeando informação, diálogo e relacionamento humano saudável. Diferentemente de falar primeiro e pensar depois.
 
Isso se justifica pelo fato da fala ser uma atividade muito mais central do que a escrita no dia a dia da maioria das pessoas, dentre as milhares de línguas que existiram, apenas cerca de 106 possuíam escrita suficientemente desenvolvida para produzir literatura. Das 3 mil línguas hoje faladas, somente 78, aproximadamente, têm, de fato, uma literatura. É claro que o valor da escrita não pode ser negado. Quem usa uma língua escrita – o inglês, por exemplo – tem à sua disposição um vocabulário de pelo menos um milhão e meio de palavras, enquanto que uma língua exclusivamente oral não oferecerá ao falante mais do que alguns milhares. Entretanto, todos os textos escritos estão direta ou indiretamente relacionados ao universo do som.

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