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Jorge Cury Neto
jorgecuryneto@gmail.com

Graduado em Comunicação Social, com habilitação em jornalismo pela PUC-PR, desde 1972 atua no jornalismo de rádio e televisão, nas funções de repórter, apresentador, produtor e narrador esportivo.

Em 1996 fundou a Central de Radiojornalismo, incorporada a Webcombrasil em 2008, onde dirige um núcleo de pesquisa e estudo dedicado a comunicação oral que deu origem a formulação de uma nova área da comunicação, intitulada de voice design.

Em setembro de 2013, durante o 19º Congresso Internacional de Educação a Distância, realizado em Salvador, apresentou de um trabalho científico sobre voice design, aprovado pela comissão de análise e avaliação da ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância.

Jorge Cury Neto é presidente do Voice Design Institute, que oferece palestras, workshops e cursos presenciais e on-line, além de consultoria. 

Será que temos consciência do poder da palavra falada?

              Publicado em 27/02/2012

Será que nós temos consciência da dimensão do poder da palavra falada e como ela está permanentemente presente no nosso dia a dia e como ela determina nossa realidade?

A palavra falada é a origem da comunicação e a responsável pela formação da linguagem. Não é apenas uma das formas de comunicação, ela é a essência da comunicação humana. Ela está presente em nossas vidas antes mesmo de nascermos.

O livro ‘O Efeito Mozart’ de autoria de Dom Campbell, relata as experiências do Dr. Alfred Tomatis, M.D., médico francês, dedicado a pesquisas sobre a audição humana nas quais ele descobriu que a voz da mãe serve como cordão umbilical sônico para o  bebê em desenvolvimento e também como fonte primeira de estímulo.

O autor afirma que o feto é capaz de escutar. O ouvido é o primeiro “órgão” a se desenvolver no embrião, ou seja, o que a futura mamãe ouve, sejam as suas músicas preferidas, as conversas, ou outros sons, é ouvido também pelo futuro bebê a partir dos quatro meses e meio de gestação, e interfere nas características dele que começam a se manifestar já nos primeiros meses de vida.

Tomatis afirma que “a nutrição vocal que a mãe provê é tão importante como o seu leite para o desenvolvimento da criança”. O primeiro choro é que marca o início da nossa vida. Antes de darmos os primeiros passos, já pronunciamos as primeiras palavras. A criança passa a aprender, desde bebê, que a voz é o instrumento básico para o relacionamento com o mundo. A voz, de muitas maneiras, é a função do corpo que mais se expõe e que mais expõe a nossa individualidade, nossas particularidades, nossa alma.

Ele descobriu que “a voz só pode reproduzir o que o ouvido pode ouvir”, uma teoria com aplicações práticas profundas para o desenvolvimento da linguagem – inicialmente ridicularizada, mas depois amplamente aceita pela Academia Francesa de Medicina. Os batimentos cardíacos estão particularmente sintonizados com sons que determinam a musicalidade de todo o corpo, enquanto a base da voz é a respiração. Aspiramos o ar, o levamos de nossos pulmões até as profundezas das células e o devolvemos ao mundo.


No grego, a palavra “respiração” significa espírito, fôlego. A palavra hebraica ruach significa não só espírito do gênese flutuante sobre a terra, o espírito de Deus pairava – vibrava sobre os elementos, mas também o hálito de Deus.

Se aprender a falar é o primeiro passo, supondo que o estudo das palavras se conclui o estudo das idéias, aprender a ouvir é o segundo passo e com certeza uma das questões centrais no desenvolvimento educacional. Ao ouvir aprendemos mais a pensar do que falar, porque esta audição é feita pela própria substancia da palavra, dando a retórica apenas uma função reguladora e exterior.


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