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COLUNAS


Jorge Cury Neto
jorgecuryneto@gmail.com

Graduado em Comunicação Social, com habilitação em jornalismo pela PUC-PR, desde 1972 atua no jornalismo de rádio e televisão, nas funções de repórter, apresentador, produtor e narrador esportivo.

Em 1996 fundou a Central de Radiojornalismo, incorporada a Webcombrasil em 2008, onde dirige um núcleo de pesquisa e estudo dedicado a comunicação oral que deu origem a formulação de uma nova área da comunicação, intitulada de voice design.

Em setembro de 2013, durante o 19º Congresso Internacional de Educação a Distância, realizado em Salvador, apresentou de um trabalho científico sobre voice design, aprovado pela comissão de análise e avaliação da ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância.

Jorge Cury Neto é presidente do Voice Design Institute, que oferece palestras, workshops e cursos presenciais e on-line, além de consultoria. 

Voice Design Coaching, construção do projeto pessoal da voz

              Publicado em 14/09/2015

Com base na antropologia, sociologia e outras ciências sociais se constata, ao longo da história, estendendo-se aos dias de hoje, uma permanente ação inibidora do uso pleno do atributo da oralidade na cena pública, invariavelmente vista como uma habilidade com alto potencial de ameaça às estruturas de comando.

Assim, a escola, mantém em larga escala o predomínio de uma didática expositora de conhecimento, contestada exemplarmente por Paulo Freire como a "Educação Bancária", papel executado atualmente também pela televisão, disciplinando o silêncio e a alienação da palavra.

Além de outras razões, essa é uma das justificativas das pesquisas que insistentemente apontam a exposição oral, o falar em público, como um dos maiores medos do ser humano, superando o medo de altura e da morte, entre tantas, como constata um levantamento feito em 21/11/2013 pela ABRH-PR.

Paralelamente a esse cenário, as elites sociais são ensinadas a qualificar a arte da retórica, a desenvoltura verbal e a capacidade de articulação com o propósito do exercício do poder.

A cultura letrada promove benefícios inquestionáveis e imensuráveis. Apesar da sua indiscutível legitimidade da contribuição do letramento, apresenta um viés de interesse de dominação social, de domesticação do pensamento estruturado, da ditadura das definições e conceituações e das delimitações da racionalidade, com o intuito de ganhar espaço apenas na memória e não no poder individual e coletivo da reflexão.

Ao passo que a oralidade permite a conquista da plena expressão do pensamento, do exercício do poder voltado ao legítimo proveito do coletivo, na formação de liderança, na manifestação da personalidade (Pessoa no grego: Por meio do som), vencer a infantilidade intelectual (Infantil do grego: Aquele que não está habilitado para o atributo da fala), da expansão da inteligência intuitiva, da estética como meio de aquisição do conhecimento não verbal e da renovação das ideias.

Esse diagnóstico aponta para a necessidade de conhecer, entender, experimentar e apreender o universo do design na voz, do desenho (sons visualizados) da voz, do projeto da voz (tradução literal do inglês para o português.

Para isso é que o Voice Design objetiva dar sua contribuição, oferecendo um conhecimento teórico e prático com propósito de ampliar a dimensão da comunicação formal e informal, interpessoal e intrapessoal, estruturada e não estruturada, que envolve a lógica da linguagem e a estética da voz.

O Voice Design enfatiza a essencialidade da prática de planejar, de pensar antes de falar, ganhar assertividade na comunicação, aplicar similarmente na oralidade, o mesmo rigor que geralmente se dedica à construção da escrita, evitar o conflito e o ruído e semear informação, diálogo e relacionamento humano.

Para viabilizar uma estrutura de capacitação que compreenda a construção de uma engenharia que atenda  a cada demanda específica foi construído o Voice Design Coaching que, em uma tradução literal do inglês para o português, é Treinamento do Projeto da Voz.

Sim, o projeto da voz tem pelo menos dois sentidos. Um deles se refere a um projeto minuciosamente elaborado e outro sobre a projeção sonora da voz.

O Voice Design Coaching está sustentado integralmente nos pressupostos consagrados internacionalmente de coaching.

Em uma primeira configuração o Voice Design Coaching está assim disposto:

 Processo coaching:

1.    Especificar as metas comunicacionais a serem alcançadas (pessoal e/ou profissional);

2.    As expectativas de comunicação do coachee;

3.    Compreender os contextos e as circunstâncias comunicacionais que envolvem o coachee;

4.    Avaliar e identificar as opções existentes;

5.    Escolher as alternativas desejadas para atingir as metas de comunicação;

6.    Definir os passos, eliminar as resistências e decidir quando e onde agir;

7.    Estruturar um planejamento de comunicação que conduza as metas estabelecidas;

8.    Valorizar as conquistas parciais das metas;

9.    Reconhecer a necessidade de aprendizagem continuada;

10. Registrar a voz em mídia para conhecê-la e reconhecê-la;

11. Explorar as multiformes possibilidades da voz, mantendo o padrão atual e experimentando novas performances.

12. Análise do resultado da construção do projeto da voz;

13. Apresentação do projeto da voz;

14.   Autoavaliação do coachee.

Metas para o Coachee:

1.    Construir o projeto pessoal da voz;

2.    Adquirir consciência plena do ato comunicativo e do processo comunicacional;

3.    Atingir o potencial de confiança o uso da voz;

4.    Ganhar consistente clareza da comunicação;

5.    Sentir, pensar, expressar o potencial do comunicador;

6.    Desenvolver competências comunicacionais próprias;

7.    Aumentar o nível da comunicabilidade interpessoal e intrapessoal;

8.    Internalizar conteúdos chave para serem transformados em convicção;

9.    Externalizar o conhecimento adquirido, o repertório existencial;

10. Distinguir o que é interessante, importante e essencial;

11. Otimizar o tempo de exposição e a eliminação de excessos;

12. Priorizar o foco no ouvinte, identificando os sinais emitidos;

13. Entender a intencionalidade dos códigos sonoros emitidos;

14. Fornecer feedback regular e de alta qualidade, resultado de uma escuta plena e estruturada;

15. Usufruir da capacidade de persuasão propositiva;

16. Aplicar adequadamente o poder da pausa estratégica;

17. Dar significados aos intervalos entre as palavra para viabilizar a compreensão;

18. Construir relação saudável com o interlocutor;

19. Respirar no mesmo ritmo do seu interlocutor para ganhar empatia;

20. Redução do nível de ruído de comunicação;

21. Criar indicadores de melhoria da qualidade comunicativa ao longo do processo;

22. Estar preparado para resolver conflitos;

23. Compartilhar conhecimentos e experiências;

24. Focar e envolver-se no contexto do ouvinte;

25. Perceber a comunicação verbal e não verbal do seu interlocutor;

26. Promover uma sinergia criativa com o interlocutor;

27. Elaborar perguntas usando os 5Ws – What (o Que), Why (Por que), Where (Onde), Who (Quem), When (Quando)  e os 2Hs – How (Como) e How Many (Quanto);

28. Encorajar o interlocutor a falar com autenticidade;

29. Clarificar o que o interlocutor exatamente quer dizer;

30. Deixar seu interlocutor falar as frases até o fim, atendo o seu raciocínio;

31. Respeitar o silêncio do interlocutor;

32. Aprimorar o planejamento de aula, definindo sequenciadamente os temas, sub-temas e a elaboração dos respectivos roteiros;

33. Comunicar o que é tão relevância para uma significância maior, do que simplesmente uma comunicação apenas espontânea e natural;

 Aprendizagem para o Coachee:

1.   Compreender a dimensão perceptiva, cognitiva e estética da voz;

2.   Conhecer os aspectos existenciais do uso da voz;

3.   Entender a voz como manifestação reveladora da identidade do individuo;

4.   Planejar tática e tecnicamente a comunicação;

5.   Elaborar um plano mental de conversação;

6.   Sintetizar e refletir sobre o que o interlocutor diz;

7.   Distinguir o que é interessante, importante e  essencial;

8.   Aprimorar a habilidade de ouvir e arte de escutar;

9.   Valorizar a atenção dada pelo seu interlocutor;

10. Entender a intencionalidade dos códigos sonoros emitidos;

11. Fazer a leitura dos contextos e circunstâncias da comunicação;

12. Qualificar discurso adequado a linguagem do público;

13. Compreender o funcionamento cerebral da linguagem;

14. Entender o papel comunicador do profissional de sucesso;

15. Compreender a voz como meio de auto-conhecimento e auto-desenvolvimento;

16. Usar adequadamente a inteligência emocional da voz;

17. Conhecer os segredos da contação de história (storytelling);

O propósito do Voice Design Coaching é permitir que o coachee tenha um cenário e um repertório das suas múltiplas possibilidades comunicativas a partir das características da sua individualidade ao construir um projeto pessoal para ser executado nos mais diversos contextos e circunstâncias comunicacionais.


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1290

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